Um blog para exaltar o meu Verdão. E não só exaltar, mas também aliar poesia e bola, bola e poesia. E só. Não só. Cornetar também, quando necessário.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Soneto verde - a vela 96

Palmeiras de palma e pé, Palmeiras de pé e palma...
Um grito que gritam em rito, um sonho em ramo alto.
Palmeiras do verde ramo, um ramo de verde calma
Se a vida é um curto ciclo, meu verde é puro salto.

Palmeiras de santa bola e bola-bola de santos arcos
Se tens um mago no meio e tens na  frente um gladiador
Palmeiras, palestra verde,  tens então um tal de Marcos
Que santo um muito tanto fecha sempre o nosso gol.

Palmeiras de sonho e festa numa festa que fecha em glória
É um verde de Ademir, de Carabina e Chevrolet
Cada um com seu quinhão construindo  a tua história

Palmeiras, palestra em festa, e em festa  mais uma vez
De um a onze de tempo a tempo todo verde hoje é
Aquele que sopra a vela, a vela noventa e seis...

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

3 a 0 para @DannyPalmeiras

O Palmeiras joga eu chego e digo: "Vamos ganhar hoje". Danny pergunta: "De quanto?". A minha resposta: "3 a 0". O jogo acaba. Palmeiras perdeu ou empatou. Se foi vitória, magreza explícita. Faz muito isso. 2010 repleto disso.

Vem outro jogo. Eu digo: Palmeiras 3 a 0. Danny sorri cética. Novamente a paulada. Empate, derrota ou vitória magra. E ela: "Para, pai..Para de falar 3a 0. Você não acerta uma".

E não acerto mesmo. Jogo após jogo eu insisto nos 3 a 0. Danny reclama e eu só sei retrucar: "Um dia, acabo acertando.."

E os dias se passam, o Verdão joga..e não joga.

Vem o Felipão.

"Agora vou emplacar um 3 a 0". Grande engano. As coisas não dão certo.

O time não se articula, as jogadas morrem antes de serem criadas. E eu ali: "Hoje vai ser 3 a 0".

Mais uma vez, neca. Neca de pitibiribas..."Mas um dia acabo acertanto", digo pra mim mesmo porque não tenho mais pulso para manifestar isso para a Danny.

Até que...

Até que vem um Vitória e Palmeiras. Crio um pouco de coragem e emplaco novamente um 3 a 0 para o Verdão. Dá 2 a 0 para o adversário. Danny já nem me encara...

Mas aí é que está. A partir daí, só um 3 a 0 salva.

E vem Palmeiras e Vitória. O jogo da volta. Desânimo de Danny. Titulares fora. Valdívia fora. Lincoln fora. Kleber fora. Desânimo de Danny. Eu cravo: "3 a 0 para o Verdão". Não preciso nem descrever a expressão de Danny.

"Um dia acabo acertando. Quem sabe não é hoje?"

Sim, foi hoje. Ou melhor, foi ontem. Com dois de Tadeu e um golaço de Assunção, a redenção. 3 a 0 pro Verdão. 3 a 0 pra Danny. Olho e vejo agora seu olhar de satisfação...

E o meu, então...?




quarta-feira, 11 de agosto de 2010

80 volantes e tudo igual que nem antes...

Que nem...
Que nem é bom, né? Não poderia ser igual a? Sim, igual a...
Igual ao que era antes. Um amanhã que nunca chega, e quando chega é ontem...

Mais uma derrota. 2 a 0 em pleno Barradão contra o Vitória? Contra? Não...Pareceu-me que o Palmeiras jogou a favor. A favor do Vitória e não em busca de vitória. Vida inglória...

Sem time. Felipão olha para seu time e não tem time. Então apela para 80 volantes. E 80 volantes trazem o time de volta ao que era antes. Sem vitória. Mas ante o Vitória. E desta feita até sem empate, que está vindo apenas quando é nocivo.

Um lembrete. Pequeno lembrete. Tem mutreta aí. Mutreta demais e pé de menos na bola. Carambola. Isso bitola. E salve o Deola.

E me erre. Duas vezes. Meia bola. Ao quadrado. Me erre? Não...Pierre. Noves fora? Pierre...chegou sua hora. Um pouco de banco é talvez o que sobra.

E de sobras, pouco resta senão a tristeza. Que beleza. Como se a vontade de sorrir não fosse mais que uma mera esmola.

Porém, dias melhores virão, dirão os que como eu curtem o otimismo do ótimo sempre a seguir. E seguindo, a bonança virá, pois clichê sim, mas não há tempestade que dure pra nunca terminar...

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

É o milagre que faz o santo...Parabéns, Marcão.

Um santo faz milagres. Transforma água em vinho, restitui visão a quem não enxerga, faz andar os paralíticos... Longe de mim qualquer comparação com esses santos, mesmo porque eles fazem milagres. Primeiro o santo.

Como o ovo e a galinha. Primeiro a galinha.

Embora uma afirmação dessas ainda gere muita controvérsia.

Com o santo  Marcão  é diferente. Não há controvérsia. Os milagres vieram primeiro. Os milagres fizeram o santo. No campo de jogo, seus lances geniais em defesa do Verdão do Palestra Itália usurparam o conceito de arte e o suplantaram, emergindo da classe dos artistas para a dos divinizados. Marcos então, deixou de ser um artista da bola para ser o santo dos lances impossíveis.

Sim, porque fazer arte implica em uma atuação próxima da impossibilidade plena. Mas milagre entre as madeiras do arco palestrino suplanta em muito essa impossibilidade. Marcão realiza o impossível mesmo diante da mais possível impossibilidade. E essa possível impossíbilidade tornada possível pelas mãos milagrosas do Marcão formalizam-no  um santo do futebol.

E esse santo por mais santo tornado é também o homem da labuta diária, o que olha, o que sente, o que vê, e que mesmo imortal enquanto santo é homem que também circunda o derredor do tempo e avança nele como qualquer outro.

E assim, Marcão além de milagres no gol, além dos atos como santo verde, também é um homem comum, com os deveres, obrigações e direitos de um homem comum. A diferença é que Marcão transforma essas atribuições comuns em energia transfigurada que o segrega dos simples mortais e o imortaliza no divino homem das mãos ligeiras.

Mas esse santo Marcão é também o homem Marcão. E faz aniversário. Como todo homem comum. E nesse dia, como homem comum recebe os parabéns de todos os comuns. Parabéns, Marcão. Parabéns pelo ano a mais na sua existência. Parabéns por mais um ano de milagres. Parabéns por mais um ano de santidade da bola.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

MORDAÇA PORONGA NENHUMA

Vira uma, vira outra e a mídia antipalestrina encontra subterfúgio para querer embolar o meio-campo dos bastidores do Palmeiras. Agora aparecem com essa de criticar aquilo que chamam de "lei da mordaça", segundo a qual nossos jogadores ficam proibidos de falar à imprensa no pré, inter e pró-jogo, por ordem do treinador Felipão.

Se esses pseudos formadores de opinião quisessem realmente trabalhar uma informação verdadeira perguntariam ao próprio Scolari sobre a questão ou então consultariam o site do Palmeiras onde o treinador fala sobre o assunto e repele toda e qualquer mordaça obrigatória.

"Aqui não existe lei da mordaça. Não proibi ninguém de falar, apenas RECOMENDEI que não falassem após o jogo (...) Nada de mordaça, apenas bom senso, como existe em outros lugares" - declarou Scolari ao site,  em curto, grosso e produtivo som.

Na verdade, isso que está deixando alguns jornalistas enfezados com o Felipão não passa de uma farsa criada para desviar a atenção dos acertos do Palmeiras no atual momento. E usam de luva de pelica. Acariciam com uma mão e batem com a outra, até porque não têm coragem de só bater em função do medo que sentem do nosso treinador.

E essa má vontade com o nosso time não é de hoje. Factoides e mais factoides faz tempo que são ventilados na imprensa para provocar crise no Verdão, cujo interesse oculto pode oficialmente até se desconhecer a origem, mas com certeza se permite afirmar que tudo isso  faz parte de uma orquestração que palmeirense algum deixa de desconfiar de quem parte. E eu corto meu pescoço, mas não revelo a figura - ou as figuras. Até porque todo mundo sabe...

Um amendoim mais gordo.  Muito mais gordo. Mais velho. Mais parecido com um quibe. E Felipão sabe como tratar dessas "iguarias" rançosas, assim como Belluzzo que já tem toda sua artilharia armada para defender a trincheira palestrina, tanto contra os ventos de fora, quanto os de intramuros...

Assim, é preciso de uma vez por todas que se entenda que RECOMENDAÇÃO não é uma proibição, mas um argumento utilizado com intenção de resguardar os jogadores de uma declaração mais acalorada que possa prejudicar o declarante e até a própria equipe.

RECOMENDAÇÃO segue quem quer, e se a equipe com todos seus integrantes resolveu segui-la é porque aplicararam o livre-arbítrio, uma vez que alguns jogadores não gostam mesmo de conceder entrevistas e aproveitaram a oportunidade para deixarem o campo de jogo rapidamente.

Por isso, mordaça porunga nenhuma no Verdão. Valdívia vem aí e o gol será refrão... 




domingo, 1 de agosto de 2010

Fim de teste: Felipão já viu tudo.

O jogo contra o Corinthians deixou algumas considerações que merecem  ser destacadas.

No campo de jogo, percebeu-se que o meio-campo palmeirense, quando Lincoln sai, perde todo o poder de criação, deixando órfão o nosso ataque, que passa a sobreviver da ligação direta feita pelos nossos zagueiros e volantes. Mesmo assim, ele é o jogador que foi substituído em todas as partidas que Felipão dirigiu.

Pelo que correu e corre em campo, sua saída deve-se mais a um possível teste de Felipão nesse meio campo  para observar como a equipe reage sem seu melhor armador.

Se for isso, o nosso técnico já deve ter percebido que Lincoln não pode mais sair precocemente do jogo, a não ser que tenha algum problema físico mais sério que o impeça de aguentar os 90 minutos. O próprio Lincoln, porém, nas substituições anteriores, declarou que não estava cansado em nenhuma delas.

Com a vinda da Valdívia, com uma ou outra dessas situações levantadas, o problema acaba, pois Lincoln passa a ter um companheiro criativo no meio campo também com muita capacidade física para correr e preencher os vazios que hoje é feito quase que unitariamente pelo 99.

Outra consideração a ser feita com base nesse jogo em que empatamos por 1 a 1 contra o Corinthians é que o nosso gladiador, o grande Kleber, necessita de um companheiro menos afoito que o Ewherton, que parece não querer retribuir ao companheiro as bolas que recebe no ataque.

Tudo isso com certeza Felipão já detectou, e suas baterias devem estar voltadas para consertar os problemas que essas constatações acarretam no desenvolvimento de uma equipe que precisa voltar a ter confiança na própria capacidade.

No mais, mais uma vez o Verdão foi prejudicado. Levamos um gol com impedimento claro, sofremos dois pênaltis e marcamos um gol legítimo, embora alguns da imprensa queiram discutir com as imagens que a própria TV veiculou.

O resultado final não pode ser considerado bom, mas se foi  mais um teste para Felipão conhecer o time, não precisa de  mais nada. Esse jogo foi pródigo em dar sinais do que o Palmeiras é hoje. A atuação de Felipão daqui pra frente na certa fará do Verdão o que o nosso time verdadeiramente precisa ser.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Um grito de orgulho no ar...

Sim, um grito silencioso para muitos. E em bom som para outros.

A verdade é que a torcida do Palmeiras está em estado de graças, como se houvesse conquistado, neste bom, precioso e singular momento,  um campeonato de envergadura como o mundial. E isso é bom. Oxigena o sangue verde. A tolerância emerge de cada um de nossos mínimos poros, o que atrai a paciência, deixando os profissionais da bola livres para poderem pensar e repensar as estratégias que podem transferir essa euforia também para o campo de jogo.

É importante frisar que a culminância neste estado de ânimo do torcedor palestrino não se deu apenas em função das contratações de peso que Belluzzo efetuou, mas na qualidade dessas contratações no quesito comprometimento com esses mesmos torcedores.

A identificação com o time e a torcida fez da volta desses ídolos um dos fatores mais importantes para a retomada também de nossa autoestima, fervorosamente castigada em função das frustrações que se nos acometeram nos últimos tempos.

Assim, deixemos que nossos adversários, sejam eles outros clubes ou os sobejamente conhecidos e parciais integrantes da imprensa esportiva, manifestarem-se como quiserem, uma vez que estão mesmo sempre buscando ou criando argumentação para deixar palmeirense sempre de focinho ou bico caídos.

Adversários dentro de campo temos até que entender suas provocações, faz parte do processo esportivo, mas jornalista tendencioso faz mal para o futebol e até para ass empresas em que trabalham, principalmente  a partir do dia em que os palmeirenses resolverem assumir um off coletivo e dar um basta na audiência desses veiculos.

Nesse momento, muitos desses falsos profissionais cairão num desemprego e amargor tremendamente merecidos, pois afinal sentirão o peso vingativo da ação conjugada de milhões de palestrinos enfurecidos com essa parcialidade imbecil.

Enquanto isso, palestrinos, desfilemos nosso orgulho verde pelas casas, ruas e praças, uma vez que  se não nascemos só pra cantar, também já estamos cansados de chorar e a hora é de comemorar....a verdadeira volta daqueles que nunca foram...

terça-feira, 27 de julho de 2010

Mágica Valdívica de volta ao Verdão...

Firulas e magia no verde campo do luar...
Embalado a chute no vácuo, o mago Valdívia está de novo no Palmeiras. Desta feita, como parte de um projeto do presidente Belluzzo de montar um time com boa parte de  jogadores engajados e identificados com a marca do clube. Kleber foi o primeiro desses jogadores, logo seguido pelo técnico Felipão...

Com isso, apesar de meu apreço pelo futebol de ambos, Clayton Xavier e Diego Souza, ícones de uma geração fracassada no Palmeiras, foram substituídos com sobra por Lincoln e Valdívia,  estes que com certeza causarão furor e medo nos adversários mais ferrenhos.

Posso até assegurar que o próprio Ewherton será beneficiado após o entrosamento desses dois meias acima da média no futebol atual. Com Valdívia e Lincoln juntos,  passes rasteiros e rápidos fluirão pela direita e esquerda e isso facilitará o trabalho do atacante, que velocista como é, poderá aproveitar a oportunidade e se firmar de vez como um grande jogador no Palmeiras. Esperar pra ver.

O que importa, no entanto, é que as firulas mágicas de Valdívia, a elegância de Lincoln e a postura guerreira, de gladiador romano, do nosso Kleber, transformadas em flechas verdes lancinantes, não darão descanso às defesas contrárias, estas alvos vivos da sanha palmeirense.

Primeiros resultados não desanimam Felipão
Felipão iniciou seus trabalhos no Palmeiras com uma derrota frente ao Avai, um empate por 2 a 2 contra o Botafogo e no domingo passado frente ao Ceará por 0 a 0. Mesmo que tenham sido números adversos aos anseios da grande massa palestrina, a postura do time já foi modificada amplamente.

No jogo em que recebemos o Botafogo, marcamos dois gols e vencíamos a partida até os minutos finais. Já contra o Ceará não fizemos gol, mas acertamos a defesa e o Verdão só não venceu o jogo porque o zagueiro Leo praticou contra si a infelicidade da expulsão, o que fez o time recuar em função das alterações defensivas necessárias efetuadas por Felipão.

Enfim, a forma como esses resultados se deram, a volta de Valdívia e a contratação de outros jogadores para forjar um elenco bem mais forte, têm feito o técnico Luiz Felipe Scolari focar seus comentários na positividade de formação de um grande time ainda para as disputas deste ano, com busca de títulos ou no mínimo a desejada classificação para a Libertadores do ano que vem.

Comentarista da Band é desmentido  cara a cara...
O ex-jogador e atual comentarista da TV Bandeirantes, Neto, em comentário no programa esportivo Jogo Aberto da terça-feira, 27, visivelmente contrariado pelo reforço anunciado pelo Palmeiras em função da contratação de Valdívia, quis desviar o foco de euforia dos palmeirenses. Assim, abriu base para criação de uma polêmica ao afirmar que o atacante Ricardo Oliveira só não fora contratado pelo Verdão porque o clube assim não quis em função de veto de Felipão.

O jogador, no mesmo dia, no SPA, do Datena, ao responder pergunta reformulada pelo arremedo de comentarista esportivo Neto, afirmou que a negociação com o Palmeiras não dera certo por imposição de seu time no exterior, que não concordou com sua transferência naquele momento e que posteriormente os proprietários de seus direitos federativos preferiram cedê-lo ao São Paulo.

Mais uma vez fica clara a posição do comentarista em criar polêmica onde ela não existe com o intuito simplesmente de querer plantar amendoim. Melhor plantar batatas, meu caro.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

O remédio certo pra futuro incerto...

Quem acompanha minhas crônicas desde o início de 2010 pôde observar o quanto elas oscilaram de humor ao sabor de cada ocorrência na vida atribulada do nosso Verdão. Sobrevinha uma vitória e o sorriso era claramente vislumbrado nas palavras que se desenhavam neste espaço de exaltação. Nos momentos seguintes, porém, a tristeza passava a se acumular em cada letra do nosso alfabeto emocionalmente trabalhado... Derrotas e empates absurdamente acontecidos provocavam em nós amplas lágrimas deslizantes em frases abertas e correntes nos pontos finais e vírgulas circulantes...

E essa oscilação era tão frequente que parecia ser uma situação imutável. Toda e qualquer análise racional caía por terra no desenrolar dos jogos. Íamos da euforia ao destempero continuamente e seguidamente, até chegar a um ponto que só podíamos lançar conclusão de uma única constatação: se isso prosseguisse na forma e no conteúdo como tudo estava se delineando, nosso destino irremediável seria de novo a segunda divisão em 2011, em face deste 2010 tempestuoso e inverossímil para palestrino algum não encontrar defeito.

Escrevo, no entanto, sem medo de errar, que a conjuntura agora é outra. Derrota contra o Boca, vitória contra o Santos e nova derrota em três jogos, esta agora para o Avaí, não ratificam a situação oscilatória ocorrida até antes da Copa. Os ares são outros. Respira-se diferente, hoje, no Palmeiras. Só alguns enfezados jornalistas insistem em fazer pesar forte o que nem peso mais causa. E vão ter que engolir esse menosprezo que demonstraram no passado recente e que teimam em repercutir com um veneno de cobra mal-morrida.

O que ocorreu no final de 2009 -com o escarnecimento público feito por adversários e a rapinagem de parte da imprensa esportiva - ao perdermos um Brasileirão quase impossível de perder,  deixou o nosso time doente psicologicamente em função da síndrome de um fracasso não esperado que acabou despencando-se  para um problema patólogico contagioso. Depressão coletiva, complexo de inferioridade forçadamente impetrado pela visão exterior e algum descompromisso com a paixão pelo objeto defendido fundamentaram uma carga de negatividade que trouxeram o Palmeiras ao caos que enfrentamos atualmente.

Precisávamos de um bom remédio e doses certas de seu ministério. E isso não foi encontrado. Muitos na diretoria alviverde, inclusive o presidente Belluzzo, enfiaram a mão nessa  cumbuca mas não lograram obter sucesso na retirada de uma fórmula que curasse os nosso principais jogadores desse sentimento de se sentirem  inferiorizados que extra-campo nossos eternos e pretensos algozes insistiam em imputar-lhes como circunstância concreta. Muitas dessas tentativas, do presidente e da diretoria em si, resultaram na ingestão de pílulas erradas, as quais só complicaram o estado do enfermo.

E por que hoje confio que esteja diferente? É que finalmente a nossa diretoria compreendeu que o remédio certo é também um anticorpo poderoso e  que se chama "identificação com o objeto da paixão". Esse anticorpo expulsa de dentre as nossas entranhas o fabricado gene do fracasso e aponta para uma luz perene no fim desse túnel que acredito estejamos em reta final de travessia. Esse anticorpo é a atitude de ministrarmos um remédio cujo principio ativo está inserido na qualidade e quantidade desse amor intransferível e insofismável que demonstramos pelo nosso Palestra.

A presença de Marcos, as contratações de Kleber e Felipão e a iminente vinda de Valdívia me dão a certeza de que esta é a dose certa do remédio  para tirar de vez o Palmeiras do leito em que se encontra, e que as necessidades mais para uma perfeita convalescença são apenas questões pontuais que a própria rotina dos sãos acaba por propiciar a seus corpos para que estes se fortaleçam.

E lembremo-nos: um time que durante longo período foi o melhor de 2009 não pode ser um dos piores em 2010. Estievemos apenas doentes e agora já em franca recuperação. E que erram feio as pitonisas da imprensinha ao vaticinarem jornadas intransponíveis mesmo após a ingestão desses remédios que nós próprios contruímos com nossa força e nosso amor pelo Palmeiras.

 E que caiam o queixo quando o trabalho - que agora começa - passar a dar os frutos naturais da empreitada bem  planejada, levando para bem distante a síndrome de um fracasso que já foi e que jamais deveria ter vindo.

sábado, 17 de julho de 2010

Sobrecopa...

Parada de Copa. Soar de vuvuzelas.
Adeus Gabriela, que não é cravo e canela,

mas branca nuvem. Branca neve. Branca de Neve.

Que zanga! Zangado. Pecado. Volta pra casa.

Dunga que vai, um Brasil que cai...

De novo sob Nassau...Que mau!

Não há mais vuvuzela, adeus Gabriela, ficamos no cinco,
buscando o seis, quem sabe de outra vez...

segunda-feira, 7 de junho de 2010

O "Noves Fora" é sempre zero...

Debate é bom, faz crescer. As ideias se descortinam e desdobram novos horizontes. Porém, a passionalidade atrapalha e leva ao extremismo. E todo extremismo é perigoso, machuca, faz sofrer. E às vezes faz sofrer até aqueles a quem não se quer fazer sofrer. É nesse momento que o freio da consciência, o chamado exercício da tolerância,  deve ser praticado com todas as forças.

Tenho medo das ditaduras. Sejam de esquerda ou de direita. Também tenho muito medo da verdade absoluta nas mãos de alguém que não prima por ser absoluto. E explico: não é a minha área, mas apolineamente lanço mão da velha matemática para exemplicar o meu raciocínio, a prova dos nove.

Sim, a velha prova dos noves...

Nela,  quando as parcelas somam 9, tudo fica zero. Noves fora igual a zero. Isso configura a ditadura dos números. E toda ditadura é um extremo, e todo extremo não permite a versatilidade do bom senso. Por isso, no debate das ideias a prova dos noves pode ser significativamente malévola para a trajetória da tolerância.

E os que não são tolerantes acabam atirando no próprio pé pelo tanto de tiros que aplicam no escuro. Exemplo clássico: Diego. Um "fora Diego". Mas  não é um só "fora Diego". Antes, "fora Love". E com certeza, no mesmo espírito dessa passionalidade, logo ali na frente "fora Clayton", "fora Lincoln", assim como já ouvi discretamente alguns "fora Pierre".  Confesso que já estou com medo de  um "fora Kleber".

Se as coisas não dão certo, somam-se essas circunstâncias e quando chegam a nove, noves fora, e engolimos mais um zero na nossa extensa lista de nulidades. E o que se ganha com tudo isso? Nada. Usamos um velho método matemático de conferência de operãção para obtermos uma soma que não soma, e se soma, a soma é nula.

Assim , dá medo de  um "fora Felipão". Dá medo de um "fora Valdívia". E contra esse medo é necessário gritar. Mas gritar o quê? Gritar o inverso: "Fica Diego". E nesse "fica Diego" a soma de outras vozes, muito mais que nove vozes, muito mais que nove gritos.

Porque na matemática de um palmeirense que nasceu apenas para torcer,  "noves fora" são apenas números dançando ao som da passionalidade extrema. E essa dança eu não danço, porque da arte que destrói eu não entendo a rima...


sexta-feira, 4 de junho de 2010

Porcus Alegris no crepúsculo dos talvezes...

O Gladiador voltou. Para a torcida palestrina, na verdade essa é a grande notícia de 2010. Kleber volta com sinônimo de raça, de valentia, de guerreiro, de gladiador para glória do Verdão. E volta como sinal de esperança, de redenção para o time em campo e de redenção também para essa diretoria comandada por Belluzzo.

Com Kleber, renascem os sonhos de um grande time ainda em 2010. Talvez Valdívia, talvez Felipão. Talvezes que podem realmente se tornar realidade agora pois Kleber já não é mais nenhum talvez. Kleber é concreto, é palpável... O gladiador, cotovelo de ferro,  está de volta para impor o medo que faltava nas defesas cocotas de nossos adversários.

Talvez Felipão. Venha Felipão. Não temos técnico. No jogo contra o Fla perdemos de 1 a 0 porque simplesmente não temos técnico. O de plantão, menos ainda que qualquer estagiário, numa invenção sem tamanho, faz queimar promessas em campo, tirando dele os armadores Xavier e Lincoln para ficar com três volantes, o que promoveu uma chuva de ligações diretas defesa-ataque com um ataque que pouco tem de ataque. E no contra-ataque...a redundância do velho clichê do futebol.

E aí "porcus tristis" novamente. Que nada! "Porcus Alegris". 

O gladiador voltou e já não é nenhum talvez. Felipão, talvez. Valdívia, talvez. Como Kleber deixou de ser talvez, acredito que no verdão hoje canta o crepúsculo dos talvezes. E no fim dos talvezes, a volta de Valdívia - que nunca deveria ter ido - e o retorno de Felipão, que foi querendo voltar...

E querendo voltar, volte Felipão. Venha com tudo, com Valdívia a tiracolo e vitórias de montão.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Mel e fel na casa da mãe Belunga...

Fase dura essa do Palmeiras. Não passa. Segundos parecem horas, e horas, meses. E a desproporção entre o que se quer e o que se tem também não sai do lugar. Tudo estático na negatividade, tudo morno nas entrelinhas do inútil, embasbacado pelas reverberações de uma odisséia que apresenta um Ulisses perdido em meio ao labirinto que deveria ser de Hércules.

Palavras esvoaçam de boca em boca em lábios turvos  de dizer não sei o quê. Murmúrios breves de contornos solidamente entredentes, em xingamentos tão supérfluos quanto a própria precisão da balança do destino. E cada um emite o seu gingado. E esse gingado não tem medida, não dá para calcular em peso, não dá para calcular em tamanho, não dá para calcular em moeda.

É assim o Palmeiras hoje. Os cardeais não se entendem, e a bússola que os serve emperrou como o próprio futebol apresentado pelo time. E a oscilação continua. Uma vitória contra o Grêmio, derrota para o São Paulo, empate contra o genérico de Prudente. Profissional contratado de manhã, e mandado embora à tarde. É a casa da mãe belunga...Tudo igual na igualdade irritante da incompetência diagnosticada.

Com tudo isso, ao torcedor, repito sempre, cabe torcer. Quando muito dar uma cornetadinha de correção de rota na hora do jogo, e denunciar os erros que seguidamente impedem que se torça com mais coração, pois torcedor que apoia torce com o coração, e o que desarticula torce com o fígado, e quem torce com o fígado fere com fel os contornos das possibilidades de transformação.

Colher o verde da nossa esperança é muito mais dificil que colher a rosa das rosas. Nestas, o único risco é ferir-se com os espinhos; porém naquela os espinhos são as adagas afiadas dos que lutam contra as adversidades permanentemente. Ser palmeirense não é ser um torcedor qualquer. Ser palmeirense é muito mais que padecer no próprio paraíso. Ser palmeirense às vezes é beber o fel que o outro destila numa tabelinha que busca crescer e não quedar-se morto.

E palmeirense tanto é aquele que torce com o fígado quanto o outro que usa o coração para expressar sua paixão. E em meio a isso, aqueles que se propuseram a intermediar essa relação. Os dirigentes. Os cartolas. Que na verdade precisam apenas de ser mais transparentes, de não ludibriar essa torcida, de não enganar aqueles que esperam apenas uma palavra séria para também se colocarem a campo na defesa do clube.

Mas o que ocorre hoje é uma ironia direta, jornalistas sorridentes apontando o inferno palmeirense, contentes com tal situação e nos colocando a pecha de pequenos. E os nossos dirigentes quietos, em silêncio, sem palavras para nos oferecer como argumento contra essas disseminações de impropérios que nos corta pedaços de alma, e nós aqui, vivenciando as especulações e esperando que elas se concretizem

Um dia é Kleber, noutro Felipão, e ainda Valdívia. Em seguida, já não há mais nada. Passa um dia, passa uma semana, e lá vem Kleber, lá vem Valdívia, lá vem Felipão.

Chega disso, catzo.

É muito melhor falar claro, dizer que não há dinheiro, que não vai dar para  camprar mais nenhum jogador e pronto. Ficaremos tristes? Sim. Mais do que já estamos? Não. Bola pra frente, sobem-se os garotos da base, seguramos os melhores que temos hoje, damos-lhes oportunidade de jogar bem, e busquemos apenas não cair.

Porém não dá mais para ficar alimentando falsas esperanças. Não nos façam acreditar num gigantismo que já não temos. Todos juntos, no apoio, na precisão do apoio, sabemos que cornetar não é preciso, cornetar não se mede, cornetar é quase sempre resultado da ação do fígado.

Melhor deixar fluir a ação do coração.


sexta-feira, 21 de maio de 2010

E o Palestra se vai, bom retorno, Palestra.

E se vai abaixo o recipiente de muitas glórias. E  se vai,  mas fica impregnado  com a imagem de saudade na retina de todo palestrino. E assim, eterno se faz na memória dos que o cortejaram por décadas como palco de grandes e inesquecíveis emoções.

Até logo, Palestra. E volte de roupa nova, enfeitado com as cores de um novo tempo a se descortinar com muitas novas glórias. Eis que aí fica sua história, de brio, de raça, de genialidade.

Aí ficam os dribles desconcertantes de jogadores ilustres que fizeram desse palco a Arcádia do futebol num "carpe diem" permanente. Aí ficam as tabelinas vicejantes, os tiros indefensáveis de um Tupãzinho, as arrancadas incríveis do Chevrolet, as roubadas de bola do incansável Dudu, os passos largos e a leveza do grande Ademir da Guia, e os cabeceios certeiros de um Leivinha tão artista da bola quanto tantos que o antecederam nas décadas das boas academias...

Aí ficam a galhardia do Jorge Mendonça, a raça do Tonhão, a categoria do Edmundo, os gols marcados por Cézar e Evair... Aí ficam as contribuições de muitos, o ruído da torcida, o hino do Verdão, as frases de incentivo cantadas e decantadas a partir das quentes arquibancadas de nosso bonito e vistoso templo de Parque Antártica.

Aí ficam as lembranças de jogadores de um ontem mais longe e de um ontem mais perto. Aí ficam as lembranças dos jogadores de hoje, desses que abraçam o manto e o servem com honra, e também as desses que não veem cor de camisa.

Tudo isso fica. E tudo isso será soterrado. E tudo isso se perderá em meio aos escombros do nosso Palestra, e quase tudo isso tornará de novo a povoar nossos corações, pois somente as boas lembranças serão reerguidas a partir do novo concreto a solidificar o nosso estádio, o nosso palco das grandes alegrias e demonstrações de amor de parte a parte.

A modernidade cobra tributos altos daquele que tem como ponto forte de comportamento um cultuar de emoções à flor da pele. Mas ela é necessária, pois não se pode fugir das exigências do tempo. No entanto, o verdadeiro modernisno não abandona a tradição, não enterra suas memórias, não passa uma borracha em seu passado de virtuosidades.

Assim, o Palestra se vai abaixo para surgir mais altaneiro que nunca, recauchutado pela ação do moderno, mas também alicerçado pelo brilho dos eventos ali produzidos ao longo de sua história. E ressurgirá vistoso, orgulhoso da torcida que o complementa e dos jogadores que o defendem. Enfim, é a casa do alviverde imponente traçando linhas, evoluindo, trocando formas, mudando de roupa, mas sobretudo continuando a ser o nosso eterno palestra.

Pois se vai a forma, mas fica-se o conteúdo. Vem o futuro, mas carrega em si o melhor do presente e o tudo do passado. Vem o novo, mas leva na outra forma os anseios e os sentimentos imutáveis de cada palestrino embriagado de amor por esse Palmeiras vivo e imortalmente construído. Vem a queda, mas com ela também vem um levantar soberano.

O palestra é o nosso herói. E um herói quando morre é enterrado no chão. E enterrado é semente que sempre germina. E germinando, o herói não morre nunca. E ressurge cada vez mais imponente.

Isso não é tudo. É apenas o começo. O começo de uma trajetória robustecida por sonhos e esperanças da massa palestrina, que requisita um time também novo, que respeite nossa tradição, que saiba colocar nos pés toda a poesia que nosso antigo palestra sempre exigiu,  e que certamente o novo palestra o fará com a mesma contundência.

Vai, Palestra. Volte,  Palestra. Amém.

terça-feira, 18 de maio de 2010

No fim de Zago estoura o saco...

Há alguns dias, já que o meu poder de decisão enquanto mero torcedor palestrino é praticamente nulo, venho implorando para que o Antonio Carlos fosse desligado da função de treinador do Palmeiras. E isso por uma constatação bem simples: Zago ainda não domina a arte de comandar diretamente um grupo de jogadores. É doce quando deveria ser energético, seguro, exigente;  e é tirano no momento em que a situação exige razoabilidade. Permite com um sorriso um deslize aqui, e na hora seguinte o mesmo tipo de erro é reprimido com rigor.

E nos jogos, revelou-se um completo desastre. Não se sabe o que ele treina, escala mal, não evidencia um esquema de jogo e ainda por cima substitui muito equivocadamente. Assim, uma equipe que entendo não ser lá grande coisa, nas mãos de Zago transforma-se num modelo negativo de como  jogar futebol.

Como não tem confiança na equipe e nem na sua própria capacidade de motivar para mudança de comportamento do grupo, arma o time para simplesmente NÃO PERDER jogos, e com isso perde, empata, ou na melhor das hipóteses vence pelo placar mínimo.

Com essa mesma falta de estilo e  na insistência medrosa, obtivemos uma ridícula classificação no Paulistão e fomos humilhantemente eliminados da Copa do Brasil, numa malfada jornada em que decidiu-se por cobrança de penalidades máximas a permanência na competiçãol. E conseguimos desperdiçar quatro tentativas, com nosso grande Marcos defendendo três cobranças do adversário.

Por essas e por outras, como continuar com um técnico desses? Como iniciar o Brasileirão com um profissional de envergadura tão mínima para representar o Verdão como treinador? Antonio Carlos deveria ter sido demitido já ali, e sua continuidade como treinador do nosso time escancarou de vez a incompetência dessa diretoria encabeçada por Belluzzo.

Ah, Belluzzo...Quanta esperança na sua honestidade, hombridade e capacidade, Belluzzo. Quanto engano na real. Quanto arrependimento por ter levantado trincheiras a favor de sua candidatura e em sua defesa contra ação maléfica dos famigerados adeptos do retrô Mustafá.

E hoje, Belluzzo, com sua omissão, com seus olhos fechados, com sua lealdade para com aqueles que só queimam a sua administração, você desponta talvez como o maior cabo eleitoral da volta desse homem que um dia botou o Palmeiras na segunda divisão. Estupefatos, nós palestrinos que queremos o Verdão sempre grande, observamos quase sem acreditar o naufrágio de um clube construído para brilhar entre os maiores e melhores.

E agora Zago se foi. E se foi por um motivo que não deveria ir. Como os outros. Como Vanderley, como Jorginho, como Muricy. Todos eles demitidos em momento errado. Zago se foi por querer impor, sem autoridade para tal,  autoridade em quem já não acredita mais em autoridade no Palmeiras, enquanto na verdade deveria ser demitido por ter se constituído no pior treinador que já passou ali pelos lados do Palestra sempre amado.

E assim, mais uma vez essa diretoria demonstra seu despreparo, o que não me permite imaginar que esses últimos acontecimentos se constituam numa profunda correção imposta pelo  destino, até porque o destino só é favorável a quem tem inteligência e o saber necessário para antecipadamente planejá-lo, engendrá-lo.

E repito, o despreparo não é pela demissão do Zago, mas por esta ter sido uma série de demissões em momentos definitivamente inadequados, demarcados por desculpas esfarradas proferidas apenas na tentativa de apagar erros do passado recente.

Pois é, diretoria, pra mim não conseguiu apagar esses erros recentes. Pelo contrário, acentuou-os e nos deixou perplexos aqui, com essa nódoa no peito e esse ésgar amargo na garganta. Que será do Palmeiras? O Palmeiras somos nós. E podemos dizer: Neste momento, Belluzzo, a ação só pode ser sua. Renuncie juntamente com os seus, ou nos traga Felipão, Valdívia e Kleber. O futuro do nosso Verdão ainda está nas suas mãos. Faça alguma por ele, e já!!!

Porque de especulações a crônica palestrina está cheia, e de especulações, nós palestrinos,  já estamos de saco cheio.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Fora do ar

Este  espaço, por pura falta de poesia no coração do blogueiro, sem palavras, está temporariamente fora do ar. Volta presumida: quando Zago não for mais treinador do Palmeiras e mais de meio time descansando no olho da rua.

Inté.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Entre umas e outras, fim de ciclo para Diego

Umas...

Diego Souza possui um futebol brilhante, digno de grandes jogadores que fazem ou que algum dia fizeram mágica com uma bolas nos pés. Mas no Palmeiras não deu. Não existe a química tão necessária nos relacionamentos humanos. Fim de ciclo para Diego no Verdão.

Por força de negócios, contrato, muito dinheiro em jogo, claro que ele não vai sair agora, o que deve forçar um conjunto de argumentações que o blindarão de críticas oficiais neste momento. Porém,  de uma coisa eu tenho certeza: não será bom dentro de campo para o Palmeiras.

Diego não vem jogando bem desde que voltou daquela malfadada convocação para a seleção em 2009, o que por si justificaria a reserva. No entanto, os treinadores que que por aqui passaram consideraram-no intocável, aqueles até por conta de um elenco reduzido e fraco, enquanto Zago hoje poderia ter efetuado essa ação como preservação do ídolo, uma vez que recompomos o grupo e temos alguns jogadores que poderiam e  podem tranquilamente jogar na posição do nosso presumido craque.

Na verdade, enquanto elemento de equipe, Diego nunca foi preponderante. Em 2008, vencemos um Paulista com Valdívia no comando. Na oportunidade, o nosso camisa 7 constituiu-se apenas em mais um coadjuvante. Em que pese seu título de melhor jogador do Brasileirão 2009, isso não se reverteu em campo a favor do Verdão.

Por isso que no jogo desta quinta, dia 29 de abril de 2010, quando por 1 a 0 ganhamos de pênalti do Atlético Goianense, e mais uma vez no finalzinho, a vaia quase que generalizada que Diego recebeu não foi apenas por aquele jogo ou pelo gesto obsceno dirigido ao grupo do "modobim".

Foi uma vaia pelo conjunto da obra. Por tudo que não foi feito pelo jogador na maioria das partidas que exigiam uma participação mais intensa e de comando em campo para virar ou manter resultados positivos para a equipe. Diego não foi capaz de ser esse destaque. Não foi capaz de chamar a responsabilidade para si, e sabe-se lá por quais motivos.

Assim, fechado o círculo para Diego no Verdão, em que vigore aqui minha tristeza por isso.

E repito. Diego não sai agora, está sendo blindado e talvez até faça uma genial partida no jogo lá em Goiás, mas dificilmente voltará aos braços da grande massa palestrina.

Outras...

Diego à parte, prometo nunca mais cornetar o Robert. Esta é a última vez. Não pode ser centro-avante do Palmeiras. É ruim de bola, é grosso, é perneta, é caneludo. Só esforço não ganha jogo. Se continuarmos insistindo com ele, jogaremos sempre com um a menos. No entanto, alguns comentam que o dito cujo jogou bem essa última partida. Se foi isso, então não estive no Palestra e nem vi esse jogo.  Todavia,  pelas vaias que o jogador recebeu quando foi substituído, penso não estar sozinho nessa constatação.

Diego e Robert à parte, Zago...Pelo amor de Deus, Zago. Não dá pra ser tão medroso assim. A visão que você, Zago, tem do Palmeiras é muito pequena. Você faz o Palmeiras ser pequeno. Mas o Palmeiras não é pequeno. E quem faz o Palmeiras parecer pequeno não pode ser técnico do Palmeiras.

E que isso doa a quem quiser doer-se.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Atlético fica, Atlético vem e Verdão rumo ao título da Brasil

Não foi um jogo fácil o da classificação no Paraná. Até por conta das especulações parafernálicas e pirotécnicas em torno das reações que poderiam advir da torcida adversária por causa dos acontecimentos no Palestra envolvendo o nosso zagueiro Danilo e o jogador Manoel, do Atlético Paranaense. Mas o Palmeiras fez um jogo de muita inteligência e conseguiu a classificação mesmo naquele clima de adversidade programada. E poderia até ter saído com vitória, não fossem os erros de arbitragem e os nossos próprios via cone.

Vida de palmeirense é dura. Atlético vai e novo Atlético vem. Desta vez é o de Goiás.

E vem com a força de ter vencido sua primeira batalha interna contra o Santa Helena,  mas Santa Helena! quem será o Santa Helena? Certamente não dá para perder as melenas. ( Até porque as minhas estão cada vez mais rareadas se não desaparecidas ao todo).

Quer dizer, não há mais o que perder. Agora só resta ganhar.

E ganhar o jogo para ganhar corpo. E ganhar corpo aqui no Palestra para ser grande no jogo da volta lá em Goiás. E manter a tática. Não tomar gol. Mas fazer. Um, dois, quantos forem necessários para conseguir a tranquilidade de que precisamos para caminhar rumo ao título da Copa do Brasil.

Caminhar não, correr, morder grama, ralar as linhas do campo, comer a bola. Tal qual um César às margens do Rubicão. " Alea jacta est" - A sorte está lançada. Traduzindo: sorte lançada, bola jogada, gols marcados, título à vista, porque de prazos já superamos todos os possíveis e imagináveis ao longo dos últimos anos. Agora só resta vencer, com uma "linha atacante de raça...e com uma torcida que canta e vibra..." sem esquecer da "defesa que ninguém passa...".

E vencendo, estaremos no grupo dos 4. E não de 4.

E a minha confiança vai de vento em popa. Vamos atacar  mais esse desafio, jogando o fino da bola. E jogando o fino da bola espantamos os males das urucas desenhadas pelo pessoal da passeata do bico fino.

E haja bico fino de olho grande no Verdão. Mas haja coração verde clorofilado palmeirificado e generalizado para receber este Atlético que vem para ficar junto do Atlético que já foi. E indo, ficou pra trás, e ficando pra trás, saiam da frente que atrás não tem boi.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Na burocracia da eficiência programada

Artisticamente pode-se dizer que o jogo contra o Atlético Paranaense não foi absolutamente um modelo que assim o referendasse. Porém, há momentos em que a observação da postura de um time em campo nos permite concluir que uma proposta planejada em detalhes foi colocada em prática. Algo que com certeza se programou para esse jogo.

Marcamos 1 a 0 logo no início da partida e a partir daí apenas se gerenciaram as jogadas, todas elas alinhavadas num circulo fechado adverso a qualquer possibilidade de risco. O Palmeiras apresentou um futebol altamente burocrático, porém eficiente no que se refere aos objetivos traçados. Ganhamos o jogo sem tomar gol em casa.

E ganhar sem tomar gol em casa é condicional de sucesso ao se tratar de Copa do Brasil. No Paraná, vamos jogar por um empate de zero a zero, mas  se fizermos um gol, as nossas chances aumentam consideravelmente, pois poderemos até perder por uma diferença mínima. E é nisso que Zago está confiando: na certeza de que a equipe adversária vai se abrir jogando em casa para matar o jogo e como consequência deixará os espaços necessários para a penetração de nosso ataque.

Por isso que, no final do jogo desta quinta, 15 de abril, em entrevista, alguns dos nossos jogadores confirmaram esse planejamento, ao afirmar que a primeira preocupação da equipe era não tomar gol em casa. Assim, pode-se dizer que a missão dada a eles foi cumprida integralmente. Burocraticamente cumprida. Eficientemente cumprida.

Em termos de torcida, claro que ficou uma certa frustração pela vitória magra, no entanto a resignação frente à tática empregada também se estampou claramente nos rostos palestrinos na saída do Palestra. Resignação e esperança, vazando eco para o planejamento de Zago. Resta agora que a segunda parte do plano seja cumprida, que é a classificação e continuidade do projeto de ganhar o título da Copa do Brasil.

Todavia, nem tudo é verde no caminho do Verde. Achei Zago um tanto quanto vacilante e contraditório na armação do time e na execução das substituições. Figueroa no meio fica comprovado que não dá liga, mas como  diz  o palestrino @DeividDemori, "ali ele prejudica menos", o que também nos oferece a constatação de que até sua escalação compromete a equipe.

A saída de Lincoln para entrada de Paulo Henrique também não me agradou, salvo por motivo de cansaço ou contusão daquele. Precisávamos de mais um gol, e os constantes erros de passe de Figueroa o credenciavam a ser a substituição mais correta, algo ocorrido apenas nos estertores da partida com a entrada de Marquinhos, que botou pra fora seu 198º escanteio.

Robert, desta feita e justamente na melhor apresentação desde que agraciado com o manto palestrino, foi substituído por Ewerthon quando deveríamos ter mais atacantes em campo.  Mais um sacrifício em nome da tática do medo de tomar gol. E eu queria só mais um , unzinho só, e oxalá não nos falte semana que vem.

E por fim, o suposto episódio de racismo. Danilo erra feio com a cusparada no rosto do jogador adversário, independentemente de qualquer ofensa recebida. E a imagem de TV deixa uma impressão horrível do fato, algo que a imprensa sempre de "boa vontade com o Verdão" nem de leve deixa de relevar. Porém, de racismo não se vê prova alguma.

Mesmo assim, são situações que deveriam ser evitadas para livrar o Palmeiras de mais um  lance fora de campo que só pode conturbar ainda mais o nosso ambiente. No mais, é coisa de jogo sim, é do calor próprio de qualquer competição e resultado de reação própria ao desenvolvimento cultural, intelectual e do caráter de cada um dos envolvidos.

E a importância de um jogo quando o jogo acaba está sempre a postos nas circunstâncias do próximo jogo.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Toda força ao Verdão no DIA D...

Em que pese os nossos presentes dissabores já amplamente dissecados, discutidos, deglutidos e ainda não esquecidos, temos nesta quinta-feira, num quinze de abril propicio para as grandes viradas, em pleno Palestra Itália,  a oportunidade de exorcizar de vez as estranhas circunstâncias que vêm açoitado a equipe já há algum tempo.

Estranhas na visão de alguns poucos, que gostam de usar o sobrenatural para justificar situações de negatividade acontecidas ao longo desse já mencionado tempo de vagas magras.

Creio ser a hora , portanto, de jogador parar de ficar choramingando pelos cantos, creditando ao acaso  ou à mandiga de um "nego véio" troteador de além-mar, português bisonho de cara feia, o insucesso pessoal de sua carreira no Verdão. Jogador que joga com consciência e certeza de  sua capacidade técnica tem que absorver  esses impactos nocivos com naturalidade, porém, com a força necessária para driblá-los e tornar o momento seguinte muito mais potencializado às conquistas que se seguem às tempestades vencidas.

Uma vez fortalecidos por esse espírito de virada coletiva  de que os nossos jogadores necessitam, dentro de campo as vicissitudes se tornam menos danosas ao ambiente,  mesmo que fora persistam algumas insatisfações de cunho esporádico, tais a pouca experiência do treinador ou rusgas políticas creditadas à diretoria.

Sabemos que no meio da nossa  torcida há palestrinos que consideram o time ser formado por bons jogadores e outros, creio que em minoria, mas ruidosamente reinantes, que acham a equipe realmente fraca. Todos, por consequência, esperam o resultado e a performance nesse jogo da quinta contra o Atlético Paranaense para consolidar ou abandonar suas impressões acerca de.

Por isso, cabe agora aos nossos jogadores a prova final. Esse jogo é o Dia D de muitos deles. Milhões de torcedores, como eu,  ainda confiam no time, apesar dos dedinhos cruzados.  Porém mais uma derrota em casa vai significar também o fim da possibilidade de  ganhar a Copa do Brasil e essa concretização pode escurecer muito mais ainda os ares do Palestra.

De lá  das terras roxas nos acenaram com ironias e menosprezo. Como virou rotina nessa nossa atual conjuntura. Ninguém nos respeita, mas NÓS somos grandes. Somos Palmeira até morrer. Só que não podemos viver de um amor e uma cabana. E o jogo de quinta é  nossa chance de provar que esse furacão proposto não passa por aqui de mera ventarolinha.




sábado, 10 de abril de 2010

Há que SER e há que ESTAR #Palmeiras...

O Palmeiras é imponente, mas não está imponente. É verde, mas não está verde. É forte, mas está fraco, é guerreiro, mas está covarde, é vencedor, mas está vencido, é sonho, mas está pesadelo.

O Palmeiras precisa SER e ESTAR  ao mesmo tempo. E não há lugar para outro tipo de constatação na lógica do nosso mais obscuro palestrino. Viver das glórias do passado não é exatamente aquilo que a maioria absoluta de nossos torcedores está querendo neste momento, muito embora essas mesmas glórias  tenham feito um Palmeiras grande, vitorioso, poderoso, portentoso.

Claro que o amor palestrino ao seu clube é infinito e independe inclusive de resultados, mas não se suportam mais as himilhações a que somos submetidos na rua, na TV, nos jornais, no trabalho. Olham-nos com uma ironia profunda, tratam-nos como os últimos descendentes da viúva porquina e regozijam-se pelas nossas desventuras num campeonatinho made in coxas...

E isso precisa mudar. Não adianta simplesmente o Belluzzo  passar pelo Mustafá sem cumprimentá-lo ou este àquele. Não adianta o Belluzzo chamar a oposição de "bando de pilantras". Oposição existe para se opor, e quando o trabalho realizado pela situação reduz-se àquilo que um bichano enterra, essa oposição fica ainda mais facilitada.

Quem erra tem de ouvir quietinho as críticas e tentar corrigir os rumos. E é isso que a atual diretoria tem de fazer agora. Respeitar seus críticos, entender que as vozes que se levantam contra a atuação do time estão cobertas de razão e encontar uma solução para esse impasse sem se deixar levar pela acomodação. E saber que  ainda dá tempo para ser competente. Que ainda dá tempo para salvar o ano. Porém, isso só pode ser efetuado com uma ação planejada para vencer esses revezes que insistem em aportar pelos lados do Palestra.

 E parar com essa falácia de creditar ao campo do  sobrenatural os infortúnios que o time vêm vivendo. Falta de vergonha na cara não é urucubaca, é ausência de caráter. Sonolência em campo não é feitiço, é ausência de profissionalismo. Jogadas encetadas e concluídas com efeito perna-de-pau não se resumem em bruxaria, mas em grossura das mais grossas mesmo. Enfim, se não há mágica que explique a nossa desnorteadora situação, também não será preciso nenhuma outra espécie de magia para que saiamos dela.

Assim, o Palmeiras que É Palmeiras precisa ESTAR Palmeiras. É imponente e tem que ESTAR imponente. É vencedor e tem que ESTAR vencedor. Para isso, o treinador tem que realmente treinar o time e escalá-lo corretamente de modo a que estejam em campo 11 contra 11. A diretoria não pode mais errar e  tem de dirigir o clube eficientemente sem  se deixar influenciar pela raiva contra sua oposição, interna ou externa. E os jogadores tem que jogar. Lembrar que são grandes quanto a equipe que os paga regiamente, deixar de dormir em campo, criar vergonha na cara e produzir o que todos esperamos.

E a nós, torcedores, cabe torcer. Torcer forte. Gritar o tempo inteiro as cores do nosso time e dizer: "Nós somos Palmeiras. Nós estamos Palmeiras e seremos sempre Palmeiras". Com a  corneta sob as axilas. Se precisar, corneta neles. E temos dito.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

A rubrica de um desfecho anunciado

Ser otimista tem um limite. O da lucidez. Mente sã pondera o indizível e diz o possível de se ir. E se vai até a fronteira entre a sanidade e o "non sense" . E com senso, devo admitir que o meu otimismo está manchado de vergonha. Não dá mais para tentar esconder  aquilo que até o Neto em sua passionalidade exagerada já vaticinara: mais alguns jogos e esse time seria rebaixado.

O que acontece com essa equipe do Palmeiras hoje em dia só um bom psicólogo é que pode explicar, e essa não é minha função. No entanto, dá para perceber claramente que o grupo, da forma como ele está disposto dentro do campo, sofre de um terrível complexo de inferioridade. O time entra em campo com medo de perder, e perdendo, perde-se também na tentativa de recuperação.

A equipe não se impõe, repete jogadas de meio campo com distribuição lateral de bolas em toques de sonolência que enervam até o palestrino mais compreensível. O time dorme em campo. Não acelera, os fechamentos faciais das câmeras de TV não flagram nenhuma mudança na expressão dos jogadores, e assim a agonia previsível se estende pelos 90 minutos de tortura em cada jogo.

Não gosto de apontar culpados. Não faz parte da minha forma de ser. Mas agora acho que precisamos urgentemente saber quem assina esse tipo de comportamento do nosso time e que consequentemente avaliza essa diarréia incessante no futebol apresentado. A diretoria? O técnico? Ambos? Os jogadores?

A diretoria.

Primeiro, não se demite treinador em plena efervescência da temporada, exceto motivo de força maior ou ainda a possibilidade concreta de rebaixamento, na tentativa de evitá-lo. Mas essa diretoria  fez isso no ano passado quando mandou Luxemburgo embora, e logo em seguida também descartou o Jorginho. Mais recententemente, já neste campeonato paulista, deu bilhete azul para Muricy.

Segundo, tínhamos quatro atacantes no ofício de centroavante, três foram mandados embora e ficamos com o pior deles, o Robert, que quando joga bem, ficamos com 11 contra 11. Mas como é um poste, um cone, um vinte, na maioria das vezes jogamos com um jogador a menos.

Terceiro, contratamos "reforços"  que não puderam estrear imediatamente, por conta de longo tempo de inatividade anterior ou contusões pouco esclarecidas. E ainda agora, descartamos o único lateral-direito de que díspunhamos, em troca de outro jogador que só pode jogar no Brasileirão.

Por essas e outras, podemos afirmar categoricamente que uma das vertentes que assinam esse desastre verde que estamos acompanhando com pesar neste momento é a diretoria do clube, encabeçada pelo presidente Belluzzo, outrora ícone da esperança, hoje um macambúzio ordenador de destemperos, seus próprios, e de seu parceiro Cipullo.

O técnico.

Não serve para o Palmeiras. Pelo menos agora. É muito inocente em termos de domínio de grupo e faz experiências que beiram invencionices infantis. No jogo desta quarta, em que perdemos para o "brilhante e vistoso" Paulista de Jundiaí, colocou o garoto Gabriel Silva numa tremenda fogueira ao lançá-lo no lado direito das laterais. O jogador é lateral-esquerdo de orígem e da posição em que foi escalado é que surgiram os três gols que nos "presentearam" com mais uma derrota acachapante, a exemplo do que já ocorrera com  São Caetano, André, Ponte Preta, Rio Claro e assim por diante. 

Não creio que Antonio Carlos, grande zagueiro de outros tempos do Verdão, seja demitido agora, mas não aguentará um insucesso contra o Atlético Paranaense na próxima quarta-feira pela Copa do Brasil. É a corda mais fraca nesse novelo de incoerências que amarram qualquer possibilidade imediata de redenção do clube.

Os jogadores.

Sim, claro. Estes também assinam o desfecho melancólico da equipe no campeonato paulista. E assinam bem assinado, porque afinal é dentro de campo que se resolve tudo. Qualquer crise interna, qualquer desentendimento, qualquer rusga que se manifeste, tudo isso seria sanado com resultados positivos nos jogos. E esses jogadores não tiveram a capacidade de virar a história. Não foram competentes para driblar os adversários dentro de campo e nem os revezes fora dele. Sucumbiram frente a equipes infinitamente inferiores e sem explicação plausível para tais vexames.

Pois é. O desfecho negativo para o Palmeiras  foi previamente anunciado. E até aquele hilário Neto acertou nos seus delírios apaixonados de gambá com raposa ao se referir ao nosso time. Na verdade, não foi um acerto do Neto, mas um seu desejo realizado, que só não o deixou tão feliz porque  veio desacompanhado da realização de sua outra aspiração. Por linhas tortas, o castigo. Corinthians também eliminado. E no frigir dos ovos, 11º lugar ou 5º, é tudo o mesmo produto, com algumas moscas voejando sorridentes em volta.

sábado, 3 de abril de 2010

Das cinzas, ao Verdão do estrelato.

Claro que nunca me destaquei como pitonisa e nem ao menos tive essa inútil intenção. Mas ainda posso sonhar, porque o dia em que me subtrairem os sonhos, restará de mim apenas uma carcaça ambulante, completamente destituída de vontade própria, uma vez que aquilo que me move a pensar é justamente o pedaço de sonho que a cada dia tranformo em tijolo novo na construção da minha realidade.

O sonhar me produz algumas certezas, pois os meus voos são realizados com os pés arraigados no chão e então é justamente isso que me permite constatar que o Verdão voltará a seus melhores dias já a partir desta Copa do Brasil. Tudo conspira para isso. Inclusive o descrédito que a imprensa esportiva em geral nos aponta, capitaneada aí até por alguns cronistas comprovadamente palmeirenses, e no entanto com medo de sair da casca, qual jabuti em noite de trovoada.

Um sonho bem estruturado se firma pela experiência. Anos de janela, no avião que é a vida nestes campos verdejantes de nosso Palestra,  me conduzem a transliterar a certeza de que estão próximos esses dias de retorno ao estrelato. Primeiro, pelo excesso de humilhação, grande parte por nossa própria e máxima culpa, que nos fizeram passar em função dos péssimos resultados que obtivemos em algumas partidas. Segundo, por outros resultados que vieram em paralelo e que foram marcantes, como as vitórias contra São Paulo e Santos.

Percebam que são duas situações antagônicas, dificeis de explicar racionalmente, e que mostram uma única certeza: quando jogamos com os grandes, o nosso futebol também é grande. E daí sobrevém a linha mestra que me dá a condição de sonhar com segurança. Se ganhamos dos grandes podemos ganhar de qualquer um, e basta para isso apenas tranquilidade psicológica, aliada a um esquema tático destituído de qualquer tipo de covardia.

E não vou falar em novos reforços, uma vez que para esta competição em que estamos agora já não podemos contar com eles no número e na qualidade que necessitamos, mas com o time que está aí é possível engrenar uma trajetória em parábola-sobre, ou seja,  dar a tradicional volta por cima. Tenho plena convicção disso.

 E basta apenas não jogar com medo. Basta apenas partir em busca do gol. Todas as vezes que fizemos isso, conseguimos êxito. E nas oportunidades em que dominamos o jogo em forma de  toques laterais, fomos derrotados no descuido fortuito. Mas creio piamente que essa coragem está sendo retomada pela ação do nosso treinador, que já deve ter percebido o estado coletivo de depressão do  time.

E ainda mais, em tempo de Páscoa, a ordem é trabalhar ligeiro porque o anjo sacrificador aí está para ceifar a vida de todos os primogênitos. E isso é uma metáfora que pode e  de certa forma será  aplicada em alguns dos jogadores que compõem o nosso elenco, e que no mínimo deverão amargar um bocado de banco por conta desse sacrifício pascal, quando não  de outro tipo de castigo ainda mais radical.

Assim, das cinzas, podemos e vamos ressurgir altaneiros, para vencer no campo de jogo aqueles que tentam nos derrotar fora das quatro linhas. E brilhar no ponto mais alto do pódio, porque é esse o anseio de nossa torcida, que não é a mais numerosa, mas com certeza é a mais bonita, a mais vistosa, a que mais mostra amor pelo seu time, com raça, cantando e vibrando sempre, e que portanto merece esse grande "dá-lhe, porco" de virada.

Sonho? Que seria dele não fosse a esperança de torná-lo real?

domingo, 28 de março de 2010

Oração de um palestrino esperançoso...

Minha terra tem Palmeiras, que me encanta e me fascina. Que traz de ontem as glórias do sempre, marcando perceptíveis passos que se encaminham à vitória.

E a marcha desses passos, às vezes trôpegos como agora, só quedam para crescer com força, energia revitalizada no manto verde sagrado do Palestra Itália...

Dobramos os joelhos, sentimos o cheiro da grama triste a encher nossas narinas com uma dor mais atroz que a pior das dores atrozes nunca dantes vista, sentida ou imaginada.

E se nos partimos ao meio na tragédia anunciada, e se em cada metade que fica há fogo verde de esperança, viramos cinza ressecada pelo tempo, e das mesmas cinzas ressurgimos em passo de gigante.

Nossa queda é sempre gigantesca porque só um gigante pode cair com gigantismo. Mas os nossos voos são de colibri altaneiro, verde-sonho da esperança reconquistada na verde grama de nossos suspiros mais sublimes...

E o gol volta com força, e o grito escapa da garganta e podemos dizer de peito aberto: " O Verdão voltou... O Verdão voltou".

E voltou, sem mesmo ter ido. Pois para quem vai há sempre uma volta, mesmo que tenha ido sem mover palha alguma para estar ali...

E não nos esqueçamos: O Verdão é um grande rio que por onde passa, deixa também , amontoados, resíduos nocivos ao longo do seu curso, porque quem está conosco fica até o fim, e quem não está, abandonamos em cada margem de nosso roteiro, para que seja esquecido para toda a eternidade.

Assim seja...

quinta-feira, 25 de março de 2010

A maldição da azeitona belunzítica...

É um silêncio desanimador. A cada jogo do Palmeiras, o grito de poucos. No todo, um silêncio de dar medo. Um silêncio maldito, ou talvez o fruto de uma maldição lançada por um antigo guerreiro palmeríndio que morreu asfixiado por uma azeitona belunzítica...

Daí para cá  as vozes que descortinavam a verdade que não pode ser calada simplesmente se calaram. E hoje poucos ousam falar o que verdadeiramente precisa ser dito. É de fato, uma maldição. A maldição de ver outros perderem, mas nós também não ganharmos os pontos necessários. É só se fica nos xingamentos, as nossas bocas se abrem, mas como num filme de horror cômico, a voz não sai, a verdadeira voz não sai...

E botar a boca na corneta de nada vale. Esse som não pesa. É um som maldito, estéril, como a figueira da Bíblia, só serve para ser arrancada e lançada ao fogo. E assim como o futebol de nosso time, que não anda, que se agarra naquele meio-campo como se ali estivesse a melhor cola do mundo, ou talvez seja a baba maldita do guerreiro palmeríndio que morreu asfixiado por uma azeitona belunzítica...

Faltam apenas três rodadas para o término do Campeonato Paulista de 2010, e depois do jogo de ontem em que meramente empatamos com o espetacular, glorioso, portentoso, poderoso, inquestionável Rio Branco de Americana, estamos na tranquila 10ª colocação da competição. Lucidamente, sem chance alguma para a classificação, mesmo com derrota de São Paulo e Corinthians na rodada.

Não sabemos e não  temos força nem para nos aproveitarmos da incompetência dos nossos adversários mais diretos, no mesmo diapasão do Brasileiro do ano passado. É ou não é alguma maldição? Maldição de mão dupla, que tanto pode ser colocada na conta do lado psicológico de nossos jogadores, como na da maioria dos torcedores que permanecem silenciosos e arredios frente a uma insofismável constatação.

Naquela, porque grande parte dos atletas palmeirenses são comprovadamente bons jogadores e eles mesmos não entendem o teor da maldição que os acometeu. Nesta, porque ao tratarmos com uma geração fracassada em termos de títulos e de bom futebol, não se ousa sequer cogitar que esse time tem de ser desfeito. Não porque seja ruim, mas porque não se ligou quimicamente ao manto verde do Palestra, apesar da garra e da vontade de dar alegrias ao torcedor. Isto é um fato.

Tudo isso em função da maldição da azeitona belunzítica que um dia asfixiou um guerreiro palmeríndio e o prostrou numa indefinição de planejamento de gestão que oscilou mais que o time em campo. Quatro treinadores em 24 meses, dois deles considerados os melhores do Brasil e nem mesmo assim nos desvencilhamos da urucubaca.

Uma vez picados de cobra, o antídoto está no veneno da própria cobra, assim como na vida só a política pode nos salvar da política, então é necessário que se curta no próprio líquido uma nova azeitona bem verde e cheirosa, belunzítica ou não, embora nunca mais mustafenta, para sacrificar os guerreiros palmeríndios que forem necessários ser sacrificados.

E ao elencar esses palmeríndios, dar nome a esses bois, certamente uma dor horrível poderá nos percorrer a pele, mas é isso ou a continuidade dessa maldição por mais um bom tempo, mais gritos, mais xingamentos, mais cornetagem, e tudo infrutiferamente executado.

Não sou dono da verdade, mas acredito piamente nessa minha intuição. E quero estar certo, pois se erro na análise, então quer dizer que o time é mesmo ruim, que os jogadores são péssimos e que não há craques no elenco, o que explicaria os maus resultados. E em sendo assim, a equipe teria de ser desfeita da mesma forma. Ou não?

segunda-feira, 22 de março de 2010

É um choro de março fechando o Verão...

As chuvas começaram em setembro de 2009, juntamente com as lágrimas palestrinas. Coincidências à parte, o fato é que de lá para cá, enquanto as ruas de São Paulo e de muitas outras localidades no Brasil eram inundadas pelas águas de São Pedro, as lágrimas verdes começaram a fluir oscilantemente em meio a algumas raríssimas sessões de sorriso do Sol.

E agora estamos em março de 2010. E março marca o fim do Verão. E com elas secam as torneiras do céu por um bom período. E vem a esperança de que nossas lágrimas possam também traçar destino diferente daquele que tem projetado até aqui.

Alguns até  poderão dizer que muita água ainda vai rolar por baixo dessa ponte, mas o realmente concreto é que não conseguimos nem passar pela Ponte. E não passando pela Ponte, muito dificilmente conseguiremos estar entre os quatro finalistas do Paulistão. E não estar entre esses é uma vergonha pra palestrino algum botar defeito.

Mais um vez eu estive no Palestra, mas o jogo era tão importante que senti meus pés gelarem logo nos primeiros instantes do jogo. Toques laterais, bola ali, bola cá, e nada de bola pra frente. E quando chegava lá não havia nem um poste para o ricochete. Como vencer se não se chuta a gol?

E a Ponte em mínimos minutos vence por 2 a 0  um jogo inteiramente dominado por nós. E não é pra chorar? E chorando, não é pra gritar? E gritando, não é pra xingar? E xingando, não é pra mudar? E mudando, não é pra tentar? E tentando, é preciso ousar. E só  ousando se pode ganhar...

Não se trata de colocar a culpa no treinador, que deveria ter mexido no time logo para a entrada do segundo tempo, uma vez que o nosso domínio de jogo estava caracterizado como estéril e enganador. Mas sim argumentar que aquele time que estava em campo não poderia nunca, em nenhuma circunstância, perder para a Ponte Preta esse jogo.

Anos-luz separam a arte de alguns de nossos jogadores em comparação com os melhores da Ponte. Eu sei que nem sempre vence o melhor, mas vence sempre quem joga melhor. E o Palmeiras jogou melhor e não venceu. E não venceu porque estamos contando com peças que se escondem, que não se apresentam para o arremate final, que estão com medo de mostrar sua arte.

E sendo assim, com as lágrimas de março fechando o Verão, é necessário que esses jogadores ou saiam definitivamente do time, ou no mínimo tirem umas férias, refresquem suas cabeças e esquentem banco por um bom tempo. E não preciso listar aqui os nomes desses jogadores, pois todo palestrino que se preza sabe muito bem de quem eu estou falando.

E é necessário que essa medida seja tomada urgentemente pela comissão técnica e administrativa do Palmeiras,  sob pena de os jogadores que estão chegando sejam eles também contaminados por essa apatia, essa inércia e essa urucubaca que se instalou aí pelos lados do Palestra.

E podem escrever como o faço agora, com meu choro de março fechando  esse verão chuvoso e uma lágrima verde ditando a palavra, a palavra ditando a linha, e a linha ditando a oração, que se nada for feito com esse teor, amargaremos um ano perdido com  mais um grito reprimido de Palmeiras campeão.

quinta-feira, 18 de março de 2010

A elegância de volta ao Verdão...

Não dá para comparar conteúdo, dizer quem é melhor, se este ou aquele. Mas dá gosto ver que a elegância está de volta ao Palmeiras. Passos largos, ombros retos, olhar altivo, cabeça erguida, passes medidos na precisão da balança, leves como pluma flutuante e  com endereços milimétricos atingidos num ciscar de cílios.

Este é um fato. Lincoln é um fato. E ouso afirmar com toda e quase única propriedade o meu destemor em enfrentar retoques de precipitação. Opinar sobre circunstância confirmada é também uma arte desenvolvida por poucos, e é claro que a maioria dessa minoria vai no mínimo torcer o nariz para esta minha afirmação sobre Lincoln, mas não posso deixar de escrever o que me vai pela alma ao ver o meu Verdão jogar.

Lincoln é um fato. Um fato concreto. Mas vão dizer que somos torcedores carentes de ídolos, dispostos a jogar essa responsabilidade no primeiro bom de bola que aparece, que é preciso esperar para ver se o jogador dá liga e assim e por diante. Eu, porém, já tenho o meu veredicto: Lincoln é a volta da elegância ao Verdão.

E no uso dessa metáfora, também me permito dizer que depois de algum tempo, estamos prester a cultuar um novo ídolo, um ídolo diferente dos que já tivemos,  pois Lincoln se apresenta  carregado de características miscigenadas na Europa no que se refere ao desenvolvimento de seu futebol, mas bravamente brasileiro na elegância de produzir o seu trato com a bola.

E não há comparação possível. Não falo de Ademir, nem de Valdívia, Rivaldo ou Djalminha. Falo de um fato. Lincoln é esse fato. Lincoln é esse jogador que vai fazer nossa torcida entrar em estado de catarse, antes, durante e após cada jogo. E não há melhor. E não há pior. Há semelhanças nas diferenças, e igualdade plena na elegância de jogar futebol.

Eu sei, entretanto, que palestrinos embrutecidos pela racionalidade dos números vão dizer que esse jogo em que vencemos o Paysandu por 2 a 1 não nos ofereceu o resultado esperado, e que para ser considerado craque o jogador tem que fazer os resultados que a ocasião requer.

Pode até haver altas doses de razão em considerações desse tipo, mas eu teimo em dizer que mais que resultados é preciso criar uma pintura na partida da mesma maneira com que o artista utiliza o pincel para entregar sua obra, da mesma maneira que o artista usa o cinzel para desbastar sua escultura, da mesma forma que o poeta canta as palavras para dar vida a seus poemas...

E Lincoln é um fato. Lincoln faz isso. Mas o futebol é equipe. Um poema se faz sozinho. Para conseguir um resultado ansiosamente esperado é preciso que todas as peças funcionem adequadamente em sua função. E no Palmeiras, todos sabem, algumas delas ainda  não se encaixam perfeitamente, o que impede por enquanto que nosso time seja considerado uma obra de arte.

E além disso, jogadores jogam. E não são 11 dentro de campo. São 22. Cada um a sua maneira busca construir a própria  história usando os requisitos que possui. Uns com arte, outros nem tanto, e alguns até sem arte alguma, mas todos sem exceção na busca de um objetivo previamente traçado. E convenhamos: destruir é muito mais fácil que construir. E esta é uma afirmação objetiva.

Apenas por esses pequenos detalhes não conseguimos os dois gols de diferença que dispensariam o jogo de volta. E cá pra nós, eu adorei que assim o fosse porque o que eu quero é ver o meu Verdão jogar. E agora ainda  mais, depois que a elegância voltou a vestir o verde de Palestra Itália.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Nana, nenê, que o Vinte vem pegar...!!!

É, Maria Izabel...A praia estava deserta, mas o campo não. Sem esteira, mas de chapéu, lá estava você na Vila mais verde do mundo com seus bebês-chorões a tiracolo. Onze bebezões achando que a vida é um simples naco de algodão doce.

Mas a vida não é isso não, Maria Izabel. E soa clichê, soa lugar-comum, é clichê, é lugar-comum, mas você sabe, Maria Izabel, que rapadura é doce, mas não é mole, certo? Certo. A rapadura é sempre dura, e pra velhinho ou bebê, provar de seu mel é só...chupando!

É isso, Maria Izabel, lance mão de seu chapéu e diga aos bebezinhos: "chupa cambada. E chupa direitinho se não o titio Robert volta pra pegar vocês". O titio Robert...Um vinte....Um acinte...Uma Cuca sem uruca que cutuca a nuca do santista brazuca que voltou sem nunca ter sido, né Robito? Que bonito! Berrou no jogo igual cabrito.

Canta, Maria Izabel, canta... " Nana, nenês, que o Robert vem pegar, vem ele, vem Armero e o Diego a dançar..."  E assim, melzinho na chupeta. Melzinho no pirulito. Um pirulito? Não, moçada, quatro pirulitos dos quais três deles foram presentes do titio Robert e mais um do tio Diego. Quatro pirulitos para adoçar os bebês de Maria Izabel, sem esteira e agora também sem chapéu, oh, céu...Que verde cruel. 

E o Vinte continuou vinte, vinte na camisa, mas nesse jogo contra a bebezada santista, abandonou o papel de poste, desistiu de ser cone e promoveu barbúrdia infantil na área das sardinhas mimadas. Robert jogou como um leão, e como leão tirou o doce da boca da imprensinha.

A mídia, apressada e antecipadamente, já tinha o Palmeiras como perdedor, esquecendo-se de que quem morre na véspera é peru, esquecendo-se de  que baleia morre na praia, esquecendo-se de que peixe morre pela boca. A boca que muito fala com o próprio espinho se  entala.

E já perdido antes de jogar, imagine-se o Palmeiras no primeiro tempo já com dois a zero nas costas? Júbilo total nas cabines, sorrisos caiados nos microfones, letras garrafais já nas impressoras dos jornais... Manchetes prontas. E Robert, primeiro pirulito. E Robert, segundo pirulito. Decretado empate ainda na etapa inicial.

E emudeceram-se as bocarras jactantes. E calaram-se as manchetes flutuantes. O cone já não era cone. O poste já não era poste, o pino de malha já não era vinte, e o Verdão contente cantava pra você, Maria Izabel, que sem esteira e  sem chapéu, na Vila mais verdinha do mundo, tirava da rapadura o mel.

E o que não era passou a ser.  Um pirulitinho de Diego, um anão de quatro na grama, e outro pirulitaço de Robert completaram o segundo tempo. Tirava-se definitivamente  o doce da boca da imprensinha, e empurrava-o docemente  na boquinha da bebezada da Maria Izabel. Oh, céu! Que verde cruel!

Vitória de lamber os beiços. Vitória de deixar em versos nossa Maria Izabel ninando as crianças: " Nana, nenês, que o Robert vem pegar...É um vinte, é um poste, mas cada gol nos fez calar..."

quinta-feira, 11 de março de 2010

Um pino que é vinte e o fino da bola...

Minha filha são-paulina, sempre tão afoita a secar o meu Verdão, demonstrou-se apática no pré-jogo da segunda do Palmeiras contra o Sertãozinho. Disse que estava indiferente ao resultado e falou assim de um modo tão desprentensioso que quase acreditei nela. Foi como se ela afirmasse: "não se bate em cachorro morto".

Cachorro morto o catzo. Meu Verdão, que além de meu, também o é de quase vinte milhões de outras almas esmeraldinas, não morre nunca. E cachorro não é exatamente o bicho que se enquadra ao Palmeiras. Se atentarem para outro parque, saberão claramente de que tais cores estou falando e de qual cachorro.

Detalhe: ela foi dormir mais cedo e nem viu o Verdão ganhar de forma heroica do grandioso, portentoso, poderoso Sertãozinho por 3 a 2, depois de estar perdendo o jogo até os 38 minutos do segundo tempo, quando enfim Xavier foi feliz numa finalização e decretou o empate, propiciando-nos um sofrimento ainda maior nos minutos finais da partida, dada a nossa ânsia de querer vencer o jogo.

Sofrimento sim, pois no meio do nosso caminho não tinha uma pedra, como diria Drumond. Mas tinha um poste, como sempre dizem alguns, e tinha um cone, como dizem outros. E um jogador que esportivamente falando não concentra em si mais que 20 neurônios, e que realmente é um Vinte, camisa 20, e Vinte, aquele pino do jogo de malha que só se mexe para cair quando o ferro lhe bate em cima.

Pois é! Um fino sem bola, um pino que, além de não fazer o que é necessário fazer, ainda atrapalhou o companheiro Danilo na hora de um  gol mais feito que o próprio efeito de não ser gol. Haja coração. O jogo por um fio, a esperança por um fio, a classificação por um fio, e o desperdício grassando na maior das linhas sem fio.

Sem fio de liga. Desesperador. De arrancar os cabelos. Um fino sem bola. E um fino da bola. Xavier enfim, nos descontos desconta a nossa amargura e nos dá a suada vitória.  E estamos vivos. Sem ser cachorro. E muito menos morto. Que catzo.

Um tributo ao cone. Um tributo ao poste. Um tributo ao vinte. Camisa 20. Que acinte!!!


quinta-feira, 4 de março de 2010

Com cabeça quente não se arranca dente...

Há horas em  que não dá para tratar em forma de poesia. Há horas em que o fígado age com mais precisão que qualquer coração ou cabeça consciente. Há horas em que a vontade é de cuspir fogo, tal qual um dragão indomado na meia-lua da inconstância.

Nessas horas, e sobretudo nessas horas, é que pouco ou nada deve ser dito, pois de  uma cabeça quente só pode advir ações mais que ferventes. E a cabeça do palestrino neste momento está muito mais pra Vesúvio que calota do Ártico.

Assim, passadas algumas horas do novo leviatã que atingiu o Palestra Itália, quando o Palmeiras perdeu de 3 a 1 para o Santo André, a expressão de ordem agora é juntar os cacos, redefinir forças, corrigir rotas, avaliar possibilidades e...seguir em frente.

O futebol é muito dinâmico, e quem age nele como pitonisa acaba quebrando o pito. Às vezes,  a situação do momento dá algumas pistas que nos permitem colher o ponto futuro, assim numa jogadinha de um-dois, com final previsivelmente demarcado, isto se o adversário não antever também a intenção que lhe permitiria interceptar a trajetória da bola.

Claro que nossa classificação ficou agora muito mais dificil. Claro que dá para a apontar erros em todos os setores do clube que tratam do tema futebol, inclusive posturas antissociais de alguns torcedores, o que também não nos permitem generalizar nem contra torcida organizada.

Em partes, como gostaria Jack, pode-se creditar à diretoria erros grosseiros como o de desmanchar o ataque de 2009, ao deixar Ortigoza e Obina irem embora e ficando com apenas Robert no elenco como atacante. Depois, sem contratar ninguém, demitir Muricy apenas por questões de política interna, e também efetuar contratações de jogadores que demoram a entrar em forma.

Aos jogadores cabe a culpa de não saberem lidar com essa estrutura polêmica e passional e amplamente amada que é a Sociedade Esportiva Palmeiras. No choro de Armero, a declaração de incapacidade de reagir de outro modo; na má fase de  Diego, a ineficiência de assumir postura de craque; na opacidade de Xavier, a insatisfação talvez de não ter sido vendido na janela de meio-ano de 2009, e dos demais integrantes, exceto os que chegaram em 2010, a simples culpa de não poderem corresponder com o que não sabem ou não podem  corresponder.

E em meio a isso, a intocabilidade de Marcão e Pierre. Que também passaram e mostraram grandes erros numa partida ou outra, mas com tais identificações com o sagrado manto verde, que incólumes permanecem aos olhos da maiora de nossa grande torcida de quase 20 milhões de brasileiros.

Fica patente, então, que algo precisa ser feito. Mas nada de desespero, pois isso  se transforma num fantasma que incide negativamente  direto  ao campo de jogo. Há jogadores ainda para estrear, importantes, bons de bola, que juntos a outros ainda por vir, podem salvar a nossa jornada em 2010.

Entretanto, se permanecer a cabeça quente... Ah sei, não..porque com cabeça quente, meu amigo, não se arranca dente. E se teimar, pode-se ficar  sem boca. E palestrino sem boca não come amendoim.

 
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