Um blog para exaltar o meu Verdão. E não só exaltar, mas também aliar poesia e bola, bola e poesia. E só. Não só. Cornetar também, quando necessário.

domingo, 28 de março de 2010

Oração de um palestrino esperançoso...

Minha terra tem Palmeiras, que me encanta e me fascina. Que traz de ontem as glórias do sempre, marcando perceptíveis passos que se encaminham à vitória.

E a marcha desses passos, às vezes trôpegos como agora, só quedam para crescer com força, energia revitalizada no manto verde sagrado do Palestra Itália...

Dobramos os joelhos, sentimos o cheiro da grama triste a encher nossas narinas com uma dor mais atroz que a pior das dores atrozes nunca dantes vista, sentida ou imaginada.

E se nos partimos ao meio na tragédia anunciada, e se em cada metade que fica há fogo verde de esperança, viramos cinza ressecada pelo tempo, e das mesmas cinzas ressurgimos em passo de gigante.

Nossa queda é sempre gigantesca porque só um gigante pode cair com gigantismo. Mas os nossos voos são de colibri altaneiro, verde-sonho da esperança reconquistada na verde grama de nossos suspiros mais sublimes...

E o gol volta com força, e o grito escapa da garganta e podemos dizer de peito aberto: " O Verdão voltou... O Verdão voltou".

E voltou, sem mesmo ter ido. Pois para quem vai há sempre uma volta, mesmo que tenha ido sem mover palha alguma para estar ali...

E não nos esqueçamos: O Verdão é um grande rio que por onde passa, deixa também , amontoados, resíduos nocivos ao longo do seu curso, porque quem está conosco fica até o fim, e quem não está, abandonamos em cada margem de nosso roteiro, para que seja esquecido para toda a eternidade.

Assim seja...

quinta-feira, 25 de março de 2010

A maldição da azeitona belunzítica...

É um silêncio desanimador. A cada jogo do Palmeiras, o grito de poucos. No todo, um silêncio de dar medo. Um silêncio maldito, ou talvez o fruto de uma maldição lançada por um antigo guerreiro palmeríndio que morreu asfixiado por uma azeitona belunzítica...

Daí para cá  as vozes que descortinavam a verdade que não pode ser calada simplesmente se calaram. E hoje poucos ousam falar o que verdadeiramente precisa ser dito. É de fato, uma maldição. A maldição de ver outros perderem, mas nós também não ganharmos os pontos necessários. É só se fica nos xingamentos, as nossas bocas se abrem, mas como num filme de horror cômico, a voz não sai, a verdadeira voz não sai...

E botar a boca na corneta de nada vale. Esse som não pesa. É um som maldito, estéril, como a figueira da Bíblia, só serve para ser arrancada e lançada ao fogo. E assim como o futebol de nosso time, que não anda, que se agarra naquele meio-campo como se ali estivesse a melhor cola do mundo, ou talvez seja a baba maldita do guerreiro palmeríndio que morreu asfixiado por uma azeitona belunzítica...

Faltam apenas três rodadas para o término do Campeonato Paulista de 2010, e depois do jogo de ontem em que meramente empatamos com o espetacular, glorioso, portentoso, poderoso, inquestionável Rio Branco de Americana, estamos na tranquila 10ª colocação da competição. Lucidamente, sem chance alguma para a classificação, mesmo com derrota de São Paulo e Corinthians na rodada.

Não sabemos e não  temos força nem para nos aproveitarmos da incompetência dos nossos adversários mais diretos, no mesmo diapasão do Brasileiro do ano passado. É ou não é alguma maldição? Maldição de mão dupla, que tanto pode ser colocada na conta do lado psicológico de nossos jogadores, como na da maioria dos torcedores que permanecem silenciosos e arredios frente a uma insofismável constatação.

Naquela, porque grande parte dos atletas palmeirenses são comprovadamente bons jogadores e eles mesmos não entendem o teor da maldição que os acometeu. Nesta, porque ao tratarmos com uma geração fracassada em termos de títulos e de bom futebol, não se ousa sequer cogitar que esse time tem de ser desfeito. Não porque seja ruim, mas porque não se ligou quimicamente ao manto verde do Palestra, apesar da garra e da vontade de dar alegrias ao torcedor. Isto é um fato.

Tudo isso em função da maldição da azeitona belunzítica que um dia asfixiou um guerreiro palmeríndio e o prostrou numa indefinição de planejamento de gestão que oscilou mais que o time em campo. Quatro treinadores em 24 meses, dois deles considerados os melhores do Brasil e nem mesmo assim nos desvencilhamos da urucubaca.

Uma vez picados de cobra, o antídoto está no veneno da própria cobra, assim como na vida só a política pode nos salvar da política, então é necessário que se curta no próprio líquido uma nova azeitona bem verde e cheirosa, belunzítica ou não, embora nunca mais mustafenta, para sacrificar os guerreiros palmeríndios que forem necessários ser sacrificados.

E ao elencar esses palmeríndios, dar nome a esses bois, certamente uma dor horrível poderá nos percorrer a pele, mas é isso ou a continuidade dessa maldição por mais um bom tempo, mais gritos, mais xingamentos, mais cornetagem, e tudo infrutiferamente executado.

Não sou dono da verdade, mas acredito piamente nessa minha intuição. E quero estar certo, pois se erro na análise, então quer dizer que o time é mesmo ruim, que os jogadores são péssimos e que não há craques no elenco, o que explicaria os maus resultados. E em sendo assim, a equipe teria de ser desfeita da mesma forma. Ou não?

segunda-feira, 22 de março de 2010

É um choro de março fechando o Verão...

As chuvas começaram em setembro de 2009, juntamente com as lágrimas palestrinas. Coincidências à parte, o fato é que de lá para cá, enquanto as ruas de São Paulo e de muitas outras localidades no Brasil eram inundadas pelas águas de São Pedro, as lágrimas verdes começaram a fluir oscilantemente em meio a algumas raríssimas sessões de sorriso do Sol.

E agora estamos em março de 2010. E março marca o fim do Verão. E com elas secam as torneiras do céu por um bom período. E vem a esperança de que nossas lágrimas possam também traçar destino diferente daquele que tem projetado até aqui.

Alguns até  poderão dizer que muita água ainda vai rolar por baixo dessa ponte, mas o realmente concreto é que não conseguimos nem passar pela Ponte. E não passando pela Ponte, muito dificilmente conseguiremos estar entre os quatro finalistas do Paulistão. E não estar entre esses é uma vergonha pra palestrino algum botar defeito.

Mais um vez eu estive no Palestra, mas o jogo era tão importante que senti meus pés gelarem logo nos primeiros instantes do jogo. Toques laterais, bola ali, bola cá, e nada de bola pra frente. E quando chegava lá não havia nem um poste para o ricochete. Como vencer se não se chuta a gol?

E a Ponte em mínimos minutos vence por 2 a 0  um jogo inteiramente dominado por nós. E não é pra chorar? E chorando, não é pra gritar? E gritando, não é pra xingar? E xingando, não é pra mudar? E mudando, não é pra tentar? E tentando, é preciso ousar. E só  ousando se pode ganhar...

Não se trata de colocar a culpa no treinador, que deveria ter mexido no time logo para a entrada do segundo tempo, uma vez que o nosso domínio de jogo estava caracterizado como estéril e enganador. Mas sim argumentar que aquele time que estava em campo não poderia nunca, em nenhuma circunstância, perder para a Ponte Preta esse jogo.

Anos-luz separam a arte de alguns de nossos jogadores em comparação com os melhores da Ponte. Eu sei que nem sempre vence o melhor, mas vence sempre quem joga melhor. E o Palmeiras jogou melhor e não venceu. E não venceu porque estamos contando com peças que se escondem, que não se apresentam para o arremate final, que estão com medo de mostrar sua arte.

E sendo assim, com as lágrimas de março fechando o Verão, é necessário que esses jogadores ou saiam definitivamente do time, ou no mínimo tirem umas férias, refresquem suas cabeças e esquentem banco por um bom tempo. E não preciso listar aqui os nomes desses jogadores, pois todo palestrino que se preza sabe muito bem de quem eu estou falando.

E é necessário que essa medida seja tomada urgentemente pela comissão técnica e administrativa do Palmeiras,  sob pena de os jogadores que estão chegando sejam eles também contaminados por essa apatia, essa inércia e essa urucubaca que se instalou aí pelos lados do Palestra.

E podem escrever como o faço agora, com meu choro de março fechando  esse verão chuvoso e uma lágrima verde ditando a palavra, a palavra ditando a linha, e a linha ditando a oração, que se nada for feito com esse teor, amargaremos um ano perdido com  mais um grito reprimido de Palmeiras campeão.

quinta-feira, 18 de março de 2010

A elegância de volta ao Verdão...

Não dá para comparar conteúdo, dizer quem é melhor, se este ou aquele. Mas dá gosto ver que a elegância está de volta ao Palmeiras. Passos largos, ombros retos, olhar altivo, cabeça erguida, passes medidos na precisão da balança, leves como pluma flutuante e  com endereços milimétricos atingidos num ciscar de cílios.

Este é um fato. Lincoln é um fato. E ouso afirmar com toda e quase única propriedade o meu destemor em enfrentar retoques de precipitação. Opinar sobre circunstância confirmada é também uma arte desenvolvida por poucos, e é claro que a maioria dessa minoria vai no mínimo torcer o nariz para esta minha afirmação sobre Lincoln, mas não posso deixar de escrever o que me vai pela alma ao ver o meu Verdão jogar.

Lincoln é um fato. Um fato concreto. Mas vão dizer que somos torcedores carentes de ídolos, dispostos a jogar essa responsabilidade no primeiro bom de bola que aparece, que é preciso esperar para ver se o jogador dá liga e assim e por diante. Eu, porém, já tenho o meu veredicto: Lincoln é a volta da elegância ao Verdão.

E no uso dessa metáfora, também me permito dizer que depois de algum tempo, estamos prester a cultuar um novo ídolo, um ídolo diferente dos que já tivemos,  pois Lincoln se apresenta  carregado de características miscigenadas na Europa no que se refere ao desenvolvimento de seu futebol, mas bravamente brasileiro na elegância de produzir o seu trato com a bola.

E não há comparação possível. Não falo de Ademir, nem de Valdívia, Rivaldo ou Djalminha. Falo de um fato. Lincoln é esse fato. Lincoln é esse jogador que vai fazer nossa torcida entrar em estado de catarse, antes, durante e após cada jogo. E não há melhor. E não há pior. Há semelhanças nas diferenças, e igualdade plena na elegância de jogar futebol.

Eu sei, entretanto, que palestrinos embrutecidos pela racionalidade dos números vão dizer que esse jogo em que vencemos o Paysandu por 2 a 1 não nos ofereceu o resultado esperado, e que para ser considerado craque o jogador tem que fazer os resultados que a ocasião requer.

Pode até haver altas doses de razão em considerações desse tipo, mas eu teimo em dizer que mais que resultados é preciso criar uma pintura na partida da mesma maneira com que o artista utiliza o pincel para entregar sua obra, da mesma maneira que o artista usa o cinzel para desbastar sua escultura, da mesma forma que o poeta canta as palavras para dar vida a seus poemas...

E Lincoln é um fato. Lincoln faz isso. Mas o futebol é equipe. Um poema se faz sozinho. Para conseguir um resultado ansiosamente esperado é preciso que todas as peças funcionem adequadamente em sua função. E no Palmeiras, todos sabem, algumas delas ainda  não se encaixam perfeitamente, o que impede por enquanto que nosso time seja considerado uma obra de arte.

E além disso, jogadores jogam. E não são 11 dentro de campo. São 22. Cada um a sua maneira busca construir a própria  história usando os requisitos que possui. Uns com arte, outros nem tanto, e alguns até sem arte alguma, mas todos sem exceção na busca de um objetivo previamente traçado. E convenhamos: destruir é muito mais fácil que construir. E esta é uma afirmação objetiva.

Apenas por esses pequenos detalhes não conseguimos os dois gols de diferença que dispensariam o jogo de volta. E cá pra nós, eu adorei que assim o fosse porque o que eu quero é ver o meu Verdão jogar. E agora ainda  mais, depois que a elegância voltou a vestir o verde de Palestra Itália.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Nana, nenê, que o Vinte vem pegar...!!!

É, Maria Izabel...A praia estava deserta, mas o campo não. Sem esteira, mas de chapéu, lá estava você na Vila mais verde do mundo com seus bebês-chorões a tiracolo. Onze bebezões achando que a vida é um simples naco de algodão doce.

Mas a vida não é isso não, Maria Izabel. E soa clichê, soa lugar-comum, é clichê, é lugar-comum, mas você sabe, Maria Izabel, que rapadura é doce, mas não é mole, certo? Certo. A rapadura é sempre dura, e pra velhinho ou bebê, provar de seu mel é só...chupando!

É isso, Maria Izabel, lance mão de seu chapéu e diga aos bebezinhos: "chupa cambada. E chupa direitinho se não o titio Robert volta pra pegar vocês". O titio Robert...Um vinte....Um acinte...Uma Cuca sem uruca que cutuca a nuca do santista brazuca que voltou sem nunca ter sido, né Robito? Que bonito! Berrou no jogo igual cabrito.

Canta, Maria Izabel, canta... " Nana, nenês, que o Robert vem pegar, vem ele, vem Armero e o Diego a dançar..."  E assim, melzinho na chupeta. Melzinho no pirulito. Um pirulito? Não, moçada, quatro pirulitos dos quais três deles foram presentes do titio Robert e mais um do tio Diego. Quatro pirulitos para adoçar os bebês de Maria Izabel, sem esteira e agora também sem chapéu, oh, céu...Que verde cruel. 

E o Vinte continuou vinte, vinte na camisa, mas nesse jogo contra a bebezada santista, abandonou o papel de poste, desistiu de ser cone e promoveu barbúrdia infantil na área das sardinhas mimadas. Robert jogou como um leão, e como leão tirou o doce da boca da imprensinha.

A mídia, apressada e antecipadamente, já tinha o Palmeiras como perdedor, esquecendo-se de que quem morre na véspera é peru, esquecendo-se de  que baleia morre na praia, esquecendo-se de que peixe morre pela boca. A boca que muito fala com o próprio espinho se  entala.

E já perdido antes de jogar, imagine-se o Palmeiras no primeiro tempo já com dois a zero nas costas? Júbilo total nas cabines, sorrisos caiados nos microfones, letras garrafais já nas impressoras dos jornais... Manchetes prontas. E Robert, primeiro pirulito. E Robert, segundo pirulito. Decretado empate ainda na etapa inicial.

E emudeceram-se as bocarras jactantes. E calaram-se as manchetes flutuantes. O cone já não era cone. O poste já não era poste, o pino de malha já não era vinte, e o Verdão contente cantava pra você, Maria Izabel, que sem esteira e  sem chapéu, na Vila mais verdinha do mundo, tirava da rapadura o mel.

E o que não era passou a ser.  Um pirulitinho de Diego, um anão de quatro na grama, e outro pirulitaço de Robert completaram o segundo tempo. Tirava-se definitivamente  o doce da boca da imprensinha, e empurrava-o docemente  na boquinha da bebezada da Maria Izabel. Oh, céu! Que verde cruel!

Vitória de lamber os beiços. Vitória de deixar em versos nossa Maria Izabel ninando as crianças: " Nana, nenês, que o Robert vem pegar...É um vinte, é um poste, mas cada gol nos fez calar..."

quinta-feira, 11 de março de 2010

Um pino que é vinte e o fino da bola...

Minha filha são-paulina, sempre tão afoita a secar o meu Verdão, demonstrou-se apática no pré-jogo da segunda do Palmeiras contra o Sertãozinho. Disse que estava indiferente ao resultado e falou assim de um modo tão desprentensioso que quase acreditei nela. Foi como se ela afirmasse: "não se bate em cachorro morto".

Cachorro morto o catzo. Meu Verdão, que além de meu, também o é de quase vinte milhões de outras almas esmeraldinas, não morre nunca. E cachorro não é exatamente o bicho que se enquadra ao Palmeiras. Se atentarem para outro parque, saberão claramente de que tais cores estou falando e de qual cachorro.

Detalhe: ela foi dormir mais cedo e nem viu o Verdão ganhar de forma heroica do grandioso, portentoso, poderoso Sertãozinho por 3 a 2, depois de estar perdendo o jogo até os 38 minutos do segundo tempo, quando enfim Xavier foi feliz numa finalização e decretou o empate, propiciando-nos um sofrimento ainda maior nos minutos finais da partida, dada a nossa ânsia de querer vencer o jogo.

Sofrimento sim, pois no meio do nosso caminho não tinha uma pedra, como diria Drumond. Mas tinha um poste, como sempre dizem alguns, e tinha um cone, como dizem outros. E um jogador que esportivamente falando não concentra em si mais que 20 neurônios, e que realmente é um Vinte, camisa 20, e Vinte, aquele pino do jogo de malha que só se mexe para cair quando o ferro lhe bate em cima.

Pois é! Um fino sem bola, um pino que, além de não fazer o que é necessário fazer, ainda atrapalhou o companheiro Danilo na hora de um  gol mais feito que o próprio efeito de não ser gol. Haja coração. O jogo por um fio, a esperança por um fio, a classificação por um fio, e o desperdício grassando na maior das linhas sem fio.

Sem fio de liga. Desesperador. De arrancar os cabelos. Um fino sem bola. E um fino da bola. Xavier enfim, nos descontos desconta a nossa amargura e nos dá a suada vitória.  E estamos vivos. Sem ser cachorro. E muito menos morto. Que catzo.

Um tributo ao cone. Um tributo ao poste. Um tributo ao vinte. Camisa 20. Que acinte!!!


quinta-feira, 4 de março de 2010

Com cabeça quente não se arranca dente...

Há horas em  que não dá para tratar em forma de poesia. Há horas em que o fígado age com mais precisão que qualquer coração ou cabeça consciente. Há horas em que a vontade é de cuspir fogo, tal qual um dragão indomado na meia-lua da inconstância.

Nessas horas, e sobretudo nessas horas, é que pouco ou nada deve ser dito, pois de  uma cabeça quente só pode advir ações mais que ferventes. E a cabeça do palestrino neste momento está muito mais pra Vesúvio que calota do Ártico.

Assim, passadas algumas horas do novo leviatã que atingiu o Palestra Itália, quando o Palmeiras perdeu de 3 a 1 para o Santo André, a expressão de ordem agora é juntar os cacos, redefinir forças, corrigir rotas, avaliar possibilidades e...seguir em frente.

O futebol é muito dinâmico, e quem age nele como pitonisa acaba quebrando o pito. Às vezes,  a situação do momento dá algumas pistas que nos permitem colher o ponto futuro, assim numa jogadinha de um-dois, com final previsivelmente demarcado, isto se o adversário não antever também a intenção que lhe permitiria interceptar a trajetória da bola.

Claro que nossa classificação ficou agora muito mais dificil. Claro que dá para a apontar erros em todos os setores do clube que tratam do tema futebol, inclusive posturas antissociais de alguns torcedores, o que também não nos permitem generalizar nem contra torcida organizada.

Em partes, como gostaria Jack, pode-se creditar à diretoria erros grosseiros como o de desmanchar o ataque de 2009, ao deixar Ortigoza e Obina irem embora e ficando com apenas Robert no elenco como atacante. Depois, sem contratar ninguém, demitir Muricy apenas por questões de política interna, e também efetuar contratações de jogadores que demoram a entrar em forma.

Aos jogadores cabe a culpa de não saberem lidar com essa estrutura polêmica e passional e amplamente amada que é a Sociedade Esportiva Palmeiras. No choro de Armero, a declaração de incapacidade de reagir de outro modo; na má fase de  Diego, a ineficiência de assumir postura de craque; na opacidade de Xavier, a insatisfação talvez de não ter sido vendido na janela de meio-ano de 2009, e dos demais integrantes, exceto os que chegaram em 2010, a simples culpa de não poderem corresponder com o que não sabem ou não podem  corresponder.

E em meio a isso, a intocabilidade de Marcão e Pierre. Que também passaram e mostraram grandes erros numa partida ou outra, mas com tais identificações com o sagrado manto verde, que incólumes permanecem aos olhos da maiora de nossa grande torcida de quase 20 milhões de brasileiros.

Fica patente, então, que algo precisa ser feito. Mas nada de desespero, pois isso  se transforma num fantasma que incide negativamente  direto  ao campo de jogo. Há jogadores ainda para estrear, importantes, bons de bola, que juntos a outros ainda por vir, podem salvar a nossa jornada em 2010.

Entretanto, se permanecer a cabeça quente... Ah sei, não..porque com cabeça quente, meu amigo, não se arranca dente. E se teimar, pode-se ficar  sem boca. E palestrino sem boca não come amendoim.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Chove chuva, mas deixe meu Verdão jogar...

Perder de um a zero para a chuva não é nada. Perder para o Rio Claro, mesmo com  chuva, campo encharcado, bola presa em poças e poças, é que é o pior. Mas o pior realmente pior, sem dúvida, é perder 3 pontos e praticamente ficar fora do chamado grupo que disputará o título.

Toda e qualquer desculpa não é desculpa. Toda e qualquer culpa é mais que culpa, porém não faz mudar o cenário que se avisinha. Estamos quase fora do G de Cima, mas pelo menos temos o conforto de saber que o nosso time é médio e não corre riscos de cair.

E isso a chuva nos provou. Ganhamos do São Paulo, em seguida do Flamengo do Piauí e já achávamos que tínhamos uma equipe que ia para as cabeças. Mas a verdade é que de equipe nosso time não tem nada. As águas da chuva apenas desnudaram de vez os nossos problemas e confirmaram aquilo que inconscientemente já sabíamos.

O nosso time é fraco, e às vezes joga como um emaranhado de jogadores que correm não se sabe para onde, menos para o lado lógico de cada situação que é o poder de ser equipe, de cada um jogar pelo outro.

E os jogadores tentam isso, mas esbarram nas próprias limitações. Então nada a reclamar do que temos, pois é isso o que temos.  E essa oscilação constante nos nossos resultados é um  predicativo de times médios, uma vitória aqui, derrotas e empates lá, e vamos indo. E claro que vamos indo a lugar algum, uma vez que é ali que dorme quem joga assim.

E durma-se com um barulho desses. Barulho de chuva, bom pra dormir. Mas dormir perdendo de 1 a 0 para o Rio Claro, mesmo com chuva, é deprimente. Por isso, chuva, deixe meu Verdão jogar, mas sobretudo, chuva, faça meu Verdão pensar, faça meu Verdão ser equipe, faça meu Verdão ser um time, porque o MEU Verdão não é só meu, é de milhões.

E sendo de milhões, mesmo com você, chuva, não dá para perder de quem não ganha de ninguém. Porque perder para que não ganha de ninguém é ser pior que ninguém. E isso dói. Para, chuva.

 
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