Um blog para exaltar o meu Verdão. E não só exaltar, mas também aliar poesia e bola, bola e poesia. E só. Não só. Cornetar também, quando necessário.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Com cabeça quente não se arranca dente...

Há horas em  que não dá para tratar em forma de poesia. Há horas em que o fígado age com mais precisão que qualquer coração ou cabeça consciente. Há horas em que a vontade é de cuspir fogo, tal qual um dragão indomado na meia-lua da inconstância.

Nessas horas, e sobretudo nessas horas, é que pouco ou nada deve ser dito, pois de  uma cabeça quente só pode advir ações mais que ferventes. E a cabeça do palestrino neste momento está muito mais pra Vesúvio que calota do Ártico.

Assim, passadas algumas horas do novo leviatã que atingiu o Palestra Itália, quando o Palmeiras perdeu de 3 a 1 para o Santo André, a expressão de ordem agora é juntar os cacos, redefinir forças, corrigir rotas, avaliar possibilidades e...seguir em frente.

O futebol é muito dinâmico, e quem age nele como pitonisa acaba quebrando o pito. Às vezes,  a situação do momento dá algumas pistas que nos permitem colher o ponto futuro, assim numa jogadinha de um-dois, com final previsivelmente demarcado, isto se o adversário não antever também a intenção que lhe permitiria interceptar a trajetória da bola.

Claro que nossa classificação ficou agora muito mais dificil. Claro que dá para a apontar erros em todos os setores do clube que tratam do tema futebol, inclusive posturas antissociais de alguns torcedores, o que também não nos permitem generalizar nem contra torcida organizada.

Em partes, como gostaria Jack, pode-se creditar à diretoria erros grosseiros como o de desmanchar o ataque de 2009, ao deixar Ortigoza e Obina irem embora e ficando com apenas Robert no elenco como atacante. Depois, sem contratar ninguém, demitir Muricy apenas por questões de política interna, e também efetuar contratações de jogadores que demoram a entrar em forma.

Aos jogadores cabe a culpa de não saberem lidar com essa estrutura polêmica e passional e amplamente amada que é a Sociedade Esportiva Palmeiras. No choro de Armero, a declaração de incapacidade de reagir de outro modo; na má fase de  Diego, a ineficiência de assumir postura de craque; na opacidade de Xavier, a insatisfação talvez de não ter sido vendido na janela de meio-ano de 2009, e dos demais integrantes, exceto os que chegaram em 2010, a simples culpa de não poderem corresponder com o que não sabem ou não podem  corresponder.

E em meio a isso, a intocabilidade de Marcão e Pierre. Que também passaram e mostraram grandes erros numa partida ou outra, mas com tais identificações com o sagrado manto verde, que incólumes permanecem aos olhos da maiora de nossa grande torcida de quase 20 milhões de brasileiros.

Fica patente, então, que algo precisa ser feito. Mas nada de desespero, pois isso  se transforma num fantasma que incide negativamente  direto  ao campo de jogo. Há jogadores ainda para estrear, importantes, bons de bola, que juntos a outros ainda por vir, podem salvar a nossa jornada em 2010.

Entretanto, se permanecer a cabeça quente... Ah sei, não..porque com cabeça quente, meu amigo, não se arranca dente. E se teimar, pode-se ficar  sem boca. E palestrino sem boca não come amendoim.

 
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