Um blog para exaltar o meu Verdão. E não só exaltar, mas também aliar poesia e bola, bola e poesia. E só. Não só. Cornetar também, quando necessário.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Entre umas e outras, fim de ciclo para Diego

Umas...

Diego Souza possui um futebol brilhante, digno de grandes jogadores que fazem ou que algum dia fizeram mágica com uma bolas nos pés. Mas no Palmeiras não deu. Não existe a química tão necessária nos relacionamentos humanos. Fim de ciclo para Diego no Verdão.

Por força de negócios, contrato, muito dinheiro em jogo, claro que ele não vai sair agora, o que deve forçar um conjunto de argumentações que o blindarão de críticas oficiais neste momento. Porém,  de uma coisa eu tenho certeza: não será bom dentro de campo para o Palmeiras.

Diego não vem jogando bem desde que voltou daquela malfadada convocação para a seleção em 2009, o que por si justificaria a reserva. No entanto, os treinadores que que por aqui passaram consideraram-no intocável, aqueles até por conta de um elenco reduzido e fraco, enquanto Zago hoje poderia ter efetuado essa ação como preservação do ídolo, uma vez que recompomos o grupo e temos alguns jogadores que poderiam e  podem tranquilamente jogar na posição do nosso presumido craque.

Na verdade, enquanto elemento de equipe, Diego nunca foi preponderante. Em 2008, vencemos um Paulista com Valdívia no comando. Na oportunidade, o nosso camisa 7 constituiu-se apenas em mais um coadjuvante. Em que pese seu título de melhor jogador do Brasileirão 2009, isso não se reverteu em campo a favor do Verdão.

Por isso que no jogo desta quinta, dia 29 de abril de 2010, quando por 1 a 0 ganhamos de pênalti do Atlético Goianense, e mais uma vez no finalzinho, a vaia quase que generalizada que Diego recebeu não foi apenas por aquele jogo ou pelo gesto obsceno dirigido ao grupo do "modobim".

Foi uma vaia pelo conjunto da obra. Por tudo que não foi feito pelo jogador na maioria das partidas que exigiam uma participação mais intensa e de comando em campo para virar ou manter resultados positivos para a equipe. Diego não foi capaz de ser esse destaque. Não foi capaz de chamar a responsabilidade para si, e sabe-se lá por quais motivos.

Assim, fechado o círculo para Diego no Verdão, em que vigore aqui minha tristeza por isso.

E repito. Diego não sai agora, está sendo blindado e talvez até faça uma genial partida no jogo lá em Goiás, mas dificilmente voltará aos braços da grande massa palestrina.

Outras...

Diego à parte, prometo nunca mais cornetar o Robert. Esta é a última vez. Não pode ser centro-avante do Palmeiras. É ruim de bola, é grosso, é perneta, é caneludo. Só esforço não ganha jogo. Se continuarmos insistindo com ele, jogaremos sempre com um a menos. No entanto, alguns comentam que o dito cujo jogou bem essa última partida. Se foi isso, então não estive no Palestra e nem vi esse jogo.  Todavia,  pelas vaias que o jogador recebeu quando foi substituído, penso não estar sozinho nessa constatação.

Diego e Robert à parte, Zago...Pelo amor de Deus, Zago. Não dá pra ser tão medroso assim. A visão que você, Zago, tem do Palmeiras é muito pequena. Você faz o Palmeiras ser pequeno. Mas o Palmeiras não é pequeno. E quem faz o Palmeiras parecer pequeno não pode ser técnico do Palmeiras.

E que isso doa a quem quiser doer-se.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Atlético fica, Atlético vem e Verdão rumo ao título da Brasil

Não foi um jogo fácil o da classificação no Paraná. Até por conta das especulações parafernálicas e pirotécnicas em torno das reações que poderiam advir da torcida adversária por causa dos acontecimentos no Palestra envolvendo o nosso zagueiro Danilo e o jogador Manoel, do Atlético Paranaense. Mas o Palmeiras fez um jogo de muita inteligência e conseguiu a classificação mesmo naquele clima de adversidade programada. E poderia até ter saído com vitória, não fossem os erros de arbitragem e os nossos próprios via cone.

Vida de palmeirense é dura. Atlético vai e novo Atlético vem. Desta vez é o de Goiás.

E vem com a força de ter vencido sua primeira batalha interna contra o Santa Helena,  mas Santa Helena! quem será o Santa Helena? Certamente não dá para perder as melenas. ( Até porque as minhas estão cada vez mais rareadas se não desaparecidas ao todo).

Quer dizer, não há mais o que perder. Agora só resta ganhar.

E ganhar o jogo para ganhar corpo. E ganhar corpo aqui no Palestra para ser grande no jogo da volta lá em Goiás. E manter a tática. Não tomar gol. Mas fazer. Um, dois, quantos forem necessários para conseguir a tranquilidade de que precisamos para caminhar rumo ao título da Copa do Brasil.

Caminhar não, correr, morder grama, ralar as linhas do campo, comer a bola. Tal qual um César às margens do Rubicão. " Alea jacta est" - A sorte está lançada. Traduzindo: sorte lançada, bola jogada, gols marcados, título à vista, porque de prazos já superamos todos os possíveis e imagináveis ao longo dos últimos anos. Agora só resta vencer, com uma "linha atacante de raça...e com uma torcida que canta e vibra..." sem esquecer da "defesa que ninguém passa...".

E vencendo, estaremos no grupo dos 4. E não de 4.

E a minha confiança vai de vento em popa. Vamos atacar  mais esse desafio, jogando o fino da bola. E jogando o fino da bola espantamos os males das urucas desenhadas pelo pessoal da passeata do bico fino.

E haja bico fino de olho grande no Verdão. Mas haja coração verde clorofilado palmeirificado e generalizado para receber este Atlético que vem para ficar junto do Atlético que já foi. E indo, ficou pra trás, e ficando pra trás, saiam da frente que atrás não tem boi.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Na burocracia da eficiência programada

Artisticamente pode-se dizer que o jogo contra o Atlético Paranaense não foi absolutamente um modelo que assim o referendasse. Porém, há momentos em que a observação da postura de um time em campo nos permite concluir que uma proposta planejada em detalhes foi colocada em prática. Algo que com certeza se programou para esse jogo.

Marcamos 1 a 0 logo no início da partida e a partir daí apenas se gerenciaram as jogadas, todas elas alinhavadas num circulo fechado adverso a qualquer possibilidade de risco. O Palmeiras apresentou um futebol altamente burocrático, porém eficiente no que se refere aos objetivos traçados. Ganhamos o jogo sem tomar gol em casa.

E ganhar sem tomar gol em casa é condicional de sucesso ao se tratar de Copa do Brasil. No Paraná, vamos jogar por um empate de zero a zero, mas  se fizermos um gol, as nossas chances aumentam consideravelmente, pois poderemos até perder por uma diferença mínima. E é nisso que Zago está confiando: na certeza de que a equipe adversária vai se abrir jogando em casa para matar o jogo e como consequência deixará os espaços necessários para a penetração de nosso ataque.

Por isso que, no final do jogo desta quinta, 15 de abril, em entrevista, alguns dos nossos jogadores confirmaram esse planejamento, ao afirmar que a primeira preocupação da equipe era não tomar gol em casa. Assim, pode-se dizer que a missão dada a eles foi cumprida integralmente. Burocraticamente cumprida. Eficientemente cumprida.

Em termos de torcida, claro que ficou uma certa frustração pela vitória magra, no entanto a resignação frente à tática empregada também se estampou claramente nos rostos palestrinos na saída do Palestra. Resignação e esperança, vazando eco para o planejamento de Zago. Resta agora que a segunda parte do plano seja cumprida, que é a classificação e continuidade do projeto de ganhar o título da Copa do Brasil.

Todavia, nem tudo é verde no caminho do Verde. Achei Zago um tanto quanto vacilante e contraditório na armação do time e na execução das substituições. Figueroa no meio fica comprovado que não dá liga, mas como  diz  o palestrino @DeividDemori, "ali ele prejudica menos", o que também nos oferece a constatação de que até sua escalação compromete a equipe.

A saída de Lincoln para entrada de Paulo Henrique também não me agradou, salvo por motivo de cansaço ou contusão daquele. Precisávamos de mais um gol, e os constantes erros de passe de Figueroa o credenciavam a ser a substituição mais correta, algo ocorrido apenas nos estertores da partida com a entrada de Marquinhos, que botou pra fora seu 198º escanteio.

Robert, desta feita e justamente na melhor apresentação desde que agraciado com o manto palestrino, foi substituído por Ewerthon quando deveríamos ter mais atacantes em campo.  Mais um sacrifício em nome da tática do medo de tomar gol. E eu queria só mais um , unzinho só, e oxalá não nos falte semana que vem.

E por fim, o suposto episódio de racismo. Danilo erra feio com a cusparada no rosto do jogador adversário, independentemente de qualquer ofensa recebida. E a imagem de TV deixa uma impressão horrível do fato, algo que a imprensa sempre de "boa vontade com o Verdão" nem de leve deixa de relevar. Porém, de racismo não se vê prova alguma.

Mesmo assim, são situações que deveriam ser evitadas para livrar o Palmeiras de mais um  lance fora de campo que só pode conturbar ainda mais o nosso ambiente. No mais, é coisa de jogo sim, é do calor próprio de qualquer competição e resultado de reação própria ao desenvolvimento cultural, intelectual e do caráter de cada um dos envolvidos.

E a importância de um jogo quando o jogo acaba está sempre a postos nas circunstâncias do próximo jogo.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Toda força ao Verdão no DIA D...

Em que pese os nossos presentes dissabores já amplamente dissecados, discutidos, deglutidos e ainda não esquecidos, temos nesta quinta-feira, num quinze de abril propicio para as grandes viradas, em pleno Palestra Itália,  a oportunidade de exorcizar de vez as estranhas circunstâncias que vêm açoitado a equipe já há algum tempo.

Estranhas na visão de alguns poucos, que gostam de usar o sobrenatural para justificar situações de negatividade acontecidas ao longo desse já mencionado tempo de vagas magras.

Creio ser a hora , portanto, de jogador parar de ficar choramingando pelos cantos, creditando ao acaso  ou à mandiga de um "nego véio" troteador de além-mar, português bisonho de cara feia, o insucesso pessoal de sua carreira no Verdão. Jogador que joga com consciência e certeza de  sua capacidade técnica tem que absorver  esses impactos nocivos com naturalidade, porém, com a força necessária para driblá-los e tornar o momento seguinte muito mais potencializado às conquistas que se seguem às tempestades vencidas.

Uma vez fortalecidos por esse espírito de virada coletiva  de que os nossos jogadores necessitam, dentro de campo as vicissitudes se tornam menos danosas ao ambiente,  mesmo que fora persistam algumas insatisfações de cunho esporádico, tais a pouca experiência do treinador ou rusgas políticas creditadas à diretoria.

Sabemos que no meio da nossa  torcida há palestrinos que consideram o time ser formado por bons jogadores e outros, creio que em minoria, mas ruidosamente reinantes, que acham a equipe realmente fraca. Todos, por consequência, esperam o resultado e a performance nesse jogo da quinta contra o Atlético Paranaense para consolidar ou abandonar suas impressões acerca de.

Por isso, cabe agora aos nossos jogadores a prova final. Esse jogo é o Dia D de muitos deles. Milhões de torcedores, como eu,  ainda confiam no time, apesar dos dedinhos cruzados.  Porém mais uma derrota em casa vai significar também o fim da possibilidade de  ganhar a Copa do Brasil e essa concretização pode escurecer muito mais ainda os ares do Palestra.

De lá  das terras roxas nos acenaram com ironias e menosprezo. Como virou rotina nessa nossa atual conjuntura. Ninguém nos respeita, mas NÓS somos grandes. Somos Palmeira até morrer. Só que não podemos viver de um amor e uma cabana. E o jogo de quinta é  nossa chance de provar que esse furacão proposto não passa por aqui de mera ventarolinha.




sábado, 10 de abril de 2010

Há que SER e há que ESTAR #Palmeiras...

O Palmeiras é imponente, mas não está imponente. É verde, mas não está verde. É forte, mas está fraco, é guerreiro, mas está covarde, é vencedor, mas está vencido, é sonho, mas está pesadelo.

O Palmeiras precisa SER e ESTAR  ao mesmo tempo. E não há lugar para outro tipo de constatação na lógica do nosso mais obscuro palestrino. Viver das glórias do passado não é exatamente aquilo que a maioria absoluta de nossos torcedores está querendo neste momento, muito embora essas mesmas glórias  tenham feito um Palmeiras grande, vitorioso, poderoso, portentoso.

Claro que o amor palestrino ao seu clube é infinito e independe inclusive de resultados, mas não se suportam mais as himilhações a que somos submetidos na rua, na TV, nos jornais, no trabalho. Olham-nos com uma ironia profunda, tratam-nos como os últimos descendentes da viúva porquina e regozijam-se pelas nossas desventuras num campeonatinho made in coxas...

E isso precisa mudar. Não adianta simplesmente o Belluzzo  passar pelo Mustafá sem cumprimentá-lo ou este àquele. Não adianta o Belluzzo chamar a oposição de "bando de pilantras". Oposição existe para se opor, e quando o trabalho realizado pela situação reduz-se àquilo que um bichano enterra, essa oposição fica ainda mais facilitada.

Quem erra tem de ouvir quietinho as críticas e tentar corrigir os rumos. E é isso que a atual diretoria tem de fazer agora. Respeitar seus críticos, entender que as vozes que se levantam contra a atuação do time estão cobertas de razão e encontar uma solução para esse impasse sem se deixar levar pela acomodação. E saber que  ainda dá tempo para ser competente. Que ainda dá tempo para salvar o ano. Porém, isso só pode ser efetuado com uma ação planejada para vencer esses revezes que insistem em aportar pelos lados do Palestra.

 E parar com essa falácia de creditar ao campo do  sobrenatural os infortúnios que o time vêm vivendo. Falta de vergonha na cara não é urucubaca, é ausência de caráter. Sonolência em campo não é feitiço, é ausência de profissionalismo. Jogadas encetadas e concluídas com efeito perna-de-pau não se resumem em bruxaria, mas em grossura das mais grossas mesmo. Enfim, se não há mágica que explique a nossa desnorteadora situação, também não será preciso nenhuma outra espécie de magia para que saiamos dela.

Assim, o Palmeiras que É Palmeiras precisa ESTAR Palmeiras. É imponente e tem que ESTAR imponente. É vencedor e tem que ESTAR vencedor. Para isso, o treinador tem que realmente treinar o time e escalá-lo corretamente de modo a que estejam em campo 11 contra 11. A diretoria não pode mais errar e  tem de dirigir o clube eficientemente sem  se deixar influenciar pela raiva contra sua oposição, interna ou externa. E os jogadores tem que jogar. Lembrar que são grandes quanto a equipe que os paga regiamente, deixar de dormir em campo, criar vergonha na cara e produzir o que todos esperamos.

E a nós, torcedores, cabe torcer. Torcer forte. Gritar o tempo inteiro as cores do nosso time e dizer: "Nós somos Palmeiras. Nós estamos Palmeiras e seremos sempre Palmeiras". Com a  corneta sob as axilas. Se precisar, corneta neles. E temos dito.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

A rubrica de um desfecho anunciado

Ser otimista tem um limite. O da lucidez. Mente sã pondera o indizível e diz o possível de se ir. E se vai até a fronteira entre a sanidade e o "non sense" . E com senso, devo admitir que o meu otimismo está manchado de vergonha. Não dá mais para tentar esconder  aquilo que até o Neto em sua passionalidade exagerada já vaticinara: mais alguns jogos e esse time seria rebaixado.

O que acontece com essa equipe do Palmeiras hoje em dia só um bom psicólogo é que pode explicar, e essa não é minha função. No entanto, dá para perceber claramente que o grupo, da forma como ele está disposto dentro do campo, sofre de um terrível complexo de inferioridade. O time entra em campo com medo de perder, e perdendo, perde-se também na tentativa de recuperação.

A equipe não se impõe, repete jogadas de meio campo com distribuição lateral de bolas em toques de sonolência que enervam até o palestrino mais compreensível. O time dorme em campo. Não acelera, os fechamentos faciais das câmeras de TV não flagram nenhuma mudança na expressão dos jogadores, e assim a agonia previsível se estende pelos 90 minutos de tortura em cada jogo.

Não gosto de apontar culpados. Não faz parte da minha forma de ser. Mas agora acho que precisamos urgentemente saber quem assina esse tipo de comportamento do nosso time e que consequentemente avaliza essa diarréia incessante no futebol apresentado. A diretoria? O técnico? Ambos? Os jogadores?

A diretoria.

Primeiro, não se demite treinador em plena efervescência da temporada, exceto motivo de força maior ou ainda a possibilidade concreta de rebaixamento, na tentativa de evitá-lo. Mas essa diretoria  fez isso no ano passado quando mandou Luxemburgo embora, e logo em seguida também descartou o Jorginho. Mais recententemente, já neste campeonato paulista, deu bilhete azul para Muricy.

Segundo, tínhamos quatro atacantes no ofício de centroavante, três foram mandados embora e ficamos com o pior deles, o Robert, que quando joga bem, ficamos com 11 contra 11. Mas como é um poste, um cone, um vinte, na maioria das vezes jogamos com um jogador a menos.

Terceiro, contratamos "reforços"  que não puderam estrear imediatamente, por conta de longo tempo de inatividade anterior ou contusões pouco esclarecidas. E ainda agora, descartamos o único lateral-direito de que díspunhamos, em troca de outro jogador que só pode jogar no Brasileirão.

Por essas e outras, podemos afirmar categoricamente que uma das vertentes que assinam esse desastre verde que estamos acompanhando com pesar neste momento é a diretoria do clube, encabeçada pelo presidente Belluzzo, outrora ícone da esperança, hoje um macambúzio ordenador de destemperos, seus próprios, e de seu parceiro Cipullo.

O técnico.

Não serve para o Palmeiras. Pelo menos agora. É muito inocente em termos de domínio de grupo e faz experiências que beiram invencionices infantis. No jogo desta quarta, em que perdemos para o "brilhante e vistoso" Paulista de Jundiaí, colocou o garoto Gabriel Silva numa tremenda fogueira ao lançá-lo no lado direito das laterais. O jogador é lateral-esquerdo de orígem e da posição em que foi escalado é que surgiram os três gols que nos "presentearam" com mais uma derrota acachapante, a exemplo do que já ocorrera com  São Caetano, André, Ponte Preta, Rio Claro e assim por diante. 

Não creio que Antonio Carlos, grande zagueiro de outros tempos do Verdão, seja demitido agora, mas não aguentará um insucesso contra o Atlético Paranaense na próxima quarta-feira pela Copa do Brasil. É a corda mais fraca nesse novelo de incoerências que amarram qualquer possibilidade imediata de redenção do clube.

Os jogadores.

Sim, claro. Estes também assinam o desfecho melancólico da equipe no campeonato paulista. E assinam bem assinado, porque afinal é dentro de campo que se resolve tudo. Qualquer crise interna, qualquer desentendimento, qualquer rusga que se manifeste, tudo isso seria sanado com resultados positivos nos jogos. E esses jogadores não tiveram a capacidade de virar a história. Não foram competentes para driblar os adversários dentro de campo e nem os revezes fora dele. Sucumbiram frente a equipes infinitamente inferiores e sem explicação plausível para tais vexames.

Pois é. O desfecho negativo para o Palmeiras  foi previamente anunciado. E até aquele hilário Neto acertou nos seus delírios apaixonados de gambá com raposa ao se referir ao nosso time. Na verdade, não foi um acerto do Neto, mas um seu desejo realizado, que só não o deixou tão feliz porque  veio desacompanhado da realização de sua outra aspiração. Por linhas tortas, o castigo. Corinthians também eliminado. E no frigir dos ovos, 11º lugar ou 5º, é tudo o mesmo produto, com algumas moscas voejando sorridentes em volta.

sábado, 3 de abril de 2010

Das cinzas, ao Verdão do estrelato.

Claro que nunca me destaquei como pitonisa e nem ao menos tive essa inútil intenção. Mas ainda posso sonhar, porque o dia em que me subtrairem os sonhos, restará de mim apenas uma carcaça ambulante, completamente destituída de vontade própria, uma vez que aquilo que me move a pensar é justamente o pedaço de sonho que a cada dia tranformo em tijolo novo na construção da minha realidade.

O sonhar me produz algumas certezas, pois os meus voos são realizados com os pés arraigados no chão e então é justamente isso que me permite constatar que o Verdão voltará a seus melhores dias já a partir desta Copa do Brasil. Tudo conspira para isso. Inclusive o descrédito que a imprensa esportiva em geral nos aponta, capitaneada aí até por alguns cronistas comprovadamente palmeirenses, e no entanto com medo de sair da casca, qual jabuti em noite de trovoada.

Um sonho bem estruturado se firma pela experiência. Anos de janela, no avião que é a vida nestes campos verdejantes de nosso Palestra,  me conduzem a transliterar a certeza de que estão próximos esses dias de retorno ao estrelato. Primeiro, pelo excesso de humilhação, grande parte por nossa própria e máxima culpa, que nos fizeram passar em função dos péssimos resultados que obtivemos em algumas partidas. Segundo, por outros resultados que vieram em paralelo e que foram marcantes, como as vitórias contra São Paulo e Santos.

Percebam que são duas situações antagônicas, dificeis de explicar racionalmente, e que mostram uma única certeza: quando jogamos com os grandes, o nosso futebol também é grande. E daí sobrevém a linha mestra que me dá a condição de sonhar com segurança. Se ganhamos dos grandes podemos ganhar de qualquer um, e basta para isso apenas tranquilidade psicológica, aliada a um esquema tático destituído de qualquer tipo de covardia.

E não vou falar em novos reforços, uma vez que para esta competição em que estamos agora já não podemos contar com eles no número e na qualidade que necessitamos, mas com o time que está aí é possível engrenar uma trajetória em parábola-sobre, ou seja,  dar a tradicional volta por cima. Tenho plena convicção disso.

 E basta apenas não jogar com medo. Basta apenas partir em busca do gol. Todas as vezes que fizemos isso, conseguimos êxito. E nas oportunidades em que dominamos o jogo em forma de  toques laterais, fomos derrotados no descuido fortuito. Mas creio piamente que essa coragem está sendo retomada pela ação do nosso treinador, que já deve ter percebido o estado coletivo de depressão do  time.

E ainda mais, em tempo de Páscoa, a ordem é trabalhar ligeiro porque o anjo sacrificador aí está para ceifar a vida de todos os primogênitos. E isso é uma metáfora que pode e  de certa forma será  aplicada em alguns dos jogadores que compõem o nosso elenco, e que no mínimo deverão amargar um bocado de banco por conta desse sacrifício pascal, quando não  de outro tipo de castigo ainda mais radical.

Assim, das cinzas, podemos e vamos ressurgir altaneiros, para vencer no campo de jogo aqueles que tentam nos derrotar fora das quatro linhas. E brilhar no ponto mais alto do pódio, porque é esse o anseio de nossa torcida, que não é a mais numerosa, mas com certeza é a mais bonita, a mais vistosa, a que mais mostra amor pelo seu time, com raça, cantando e vibrando sempre, e que portanto merece esse grande "dá-lhe, porco" de virada.

Sonho? Que seria dele não fosse a esperança de torná-lo real?

 
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