Um blog para exaltar o meu Verdão. E não só exaltar, mas também aliar poesia e bola, bola e poesia. E só. Não só. Cornetar também, quando necessário.

quinta-feira, 25 de março de 2010

A maldição da azeitona belunzítica...

É um silêncio desanimador. A cada jogo do Palmeiras, o grito de poucos. No todo, um silêncio de dar medo. Um silêncio maldito, ou talvez o fruto de uma maldição lançada por um antigo guerreiro palmeríndio que morreu asfixiado por uma azeitona belunzítica...

Daí para cá  as vozes que descortinavam a verdade que não pode ser calada simplesmente se calaram. E hoje poucos ousam falar o que verdadeiramente precisa ser dito. É de fato, uma maldição. A maldição de ver outros perderem, mas nós também não ganharmos os pontos necessários. É só se fica nos xingamentos, as nossas bocas se abrem, mas como num filme de horror cômico, a voz não sai, a verdadeira voz não sai...

E botar a boca na corneta de nada vale. Esse som não pesa. É um som maldito, estéril, como a figueira da Bíblia, só serve para ser arrancada e lançada ao fogo. E assim como o futebol de nosso time, que não anda, que se agarra naquele meio-campo como se ali estivesse a melhor cola do mundo, ou talvez seja a baba maldita do guerreiro palmeríndio que morreu asfixiado por uma azeitona belunzítica...

Faltam apenas três rodadas para o término do Campeonato Paulista de 2010, e depois do jogo de ontem em que meramente empatamos com o espetacular, glorioso, portentoso, poderoso, inquestionável Rio Branco de Americana, estamos na tranquila 10ª colocação da competição. Lucidamente, sem chance alguma para a classificação, mesmo com derrota de São Paulo e Corinthians na rodada.

Não sabemos e não  temos força nem para nos aproveitarmos da incompetência dos nossos adversários mais diretos, no mesmo diapasão do Brasileiro do ano passado. É ou não é alguma maldição? Maldição de mão dupla, que tanto pode ser colocada na conta do lado psicológico de nossos jogadores, como na da maioria dos torcedores que permanecem silenciosos e arredios frente a uma insofismável constatação.

Naquela, porque grande parte dos atletas palmeirenses são comprovadamente bons jogadores e eles mesmos não entendem o teor da maldição que os acometeu. Nesta, porque ao tratarmos com uma geração fracassada em termos de títulos e de bom futebol, não se ousa sequer cogitar que esse time tem de ser desfeito. Não porque seja ruim, mas porque não se ligou quimicamente ao manto verde do Palestra, apesar da garra e da vontade de dar alegrias ao torcedor. Isto é um fato.

Tudo isso em função da maldição da azeitona belunzítica que um dia asfixiou um guerreiro palmeríndio e o prostrou numa indefinição de planejamento de gestão que oscilou mais que o time em campo. Quatro treinadores em 24 meses, dois deles considerados os melhores do Brasil e nem mesmo assim nos desvencilhamos da urucubaca.

Uma vez picados de cobra, o antídoto está no veneno da própria cobra, assim como na vida só a política pode nos salvar da política, então é necessário que se curta no próprio líquido uma nova azeitona bem verde e cheirosa, belunzítica ou não, embora nunca mais mustafenta, para sacrificar os guerreiros palmeríndios que forem necessários ser sacrificados.

E ao elencar esses palmeríndios, dar nome a esses bois, certamente uma dor horrível poderá nos percorrer a pele, mas é isso ou a continuidade dessa maldição por mais um bom tempo, mais gritos, mais xingamentos, mais cornetagem, e tudo infrutiferamente executado.

Não sou dono da verdade, mas acredito piamente nessa minha intuição. E quero estar certo, pois se erro na análise, então quer dizer que o time é mesmo ruim, que os jogadores são péssimos e que não há craques no elenco, o que explicaria os maus resultados. E em sendo assim, a equipe teria de ser desfeita da mesma forma. Ou não?
 
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