Um blog para exaltar o meu Verdão. E não só exaltar, mas também aliar poesia e bola, bola e poesia. E só. Não só. Cornetar também, quando necessário.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Na burocracia da eficiência programada

Artisticamente pode-se dizer que o jogo contra o Atlético Paranaense não foi absolutamente um modelo que assim o referendasse. Porém, há momentos em que a observação da postura de um time em campo nos permite concluir que uma proposta planejada em detalhes foi colocada em prática. Algo que com certeza se programou para esse jogo.

Marcamos 1 a 0 logo no início da partida e a partir daí apenas se gerenciaram as jogadas, todas elas alinhavadas num circulo fechado adverso a qualquer possibilidade de risco. O Palmeiras apresentou um futebol altamente burocrático, porém eficiente no que se refere aos objetivos traçados. Ganhamos o jogo sem tomar gol em casa.

E ganhar sem tomar gol em casa é condicional de sucesso ao se tratar de Copa do Brasil. No Paraná, vamos jogar por um empate de zero a zero, mas  se fizermos um gol, as nossas chances aumentam consideravelmente, pois poderemos até perder por uma diferença mínima. E é nisso que Zago está confiando: na certeza de que a equipe adversária vai se abrir jogando em casa para matar o jogo e como consequência deixará os espaços necessários para a penetração de nosso ataque.

Por isso que, no final do jogo desta quinta, 15 de abril, em entrevista, alguns dos nossos jogadores confirmaram esse planejamento, ao afirmar que a primeira preocupação da equipe era não tomar gol em casa. Assim, pode-se dizer que a missão dada a eles foi cumprida integralmente. Burocraticamente cumprida. Eficientemente cumprida.

Em termos de torcida, claro que ficou uma certa frustração pela vitória magra, no entanto a resignação frente à tática empregada também se estampou claramente nos rostos palestrinos na saída do Palestra. Resignação e esperança, vazando eco para o planejamento de Zago. Resta agora que a segunda parte do plano seja cumprida, que é a classificação e continuidade do projeto de ganhar o título da Copa do Brasil.

Todavia, nem tudo é verde no caminho do Verde. Achei Zago um tanto quanto vacilante e contraditório na armação do time e na execução das substituições. Figueroa no meio fica comprovado que não dá liga, mas como  diz  o palestrino @DeividDemori, "ali ele prejudica menos", o que também nos oferece a constatação de que até sua escalação compromete a equipe.

A saída de Lincoln para entrada de Paulo Henrique também não me agradou, salvo por motivo de cansaço ou contusão daquele. Precisávamos de mais um gol, e os constantes erros de passe de Figueroa o credenciavam a ser a substituição mais correta, algo ocorrido apenas nos estertores da partida com a entrada de Marquinhos, que botou pra fora seu 198º escanteio.

Robert, desta feita e justamente na melhor apresentação desde que agraciado com o manto palestrino, foi substituído por Ewerthon quando deveríamos ter mais atacantes em campo.  Mais um sacrifício em nome da tática do medo de tomar gol. E eu queria só mais um , unzinho só, e oxalá não nos falte semana que vem.

E por fim, o suposto episódio de racismo. Danilo erra feio com a cusparada no rosto do jogador adversário, independentemente de qualquer ofensa recebida. E a imagem de TV deixa uma impressão horrível do fato, algo que a imprensa sempre de "boa vontade com o Verdão" nem de leve deixa de relevar. Porém, de racismo não se vê prova alguma.

Mesmo assim, são situações que deveriam ser evitadas para livrar o Palmeiras de mais um  lance fora de campo que só pode conturbar ainda mais o nosso ambiente. No mais, é coisa de jogo sim, é do calor próprio de qualquer competição e resultado de reação própria ao desenvolvimento cultural, intelectual e do caráter de cada um dos envolvidos.

E a importância de um jogo quando o jogo acaba está sempre a postos nas circunstâncias do próximo jogo.
 
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