Um blog para exaltar o meu Verdão. E não só exaltar, mas também aliar poesia e bola, bola e poesia. E só. Não só. Cornetar também, quando necessário.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

O remédio certo pra futuro incerto...

Quem acompanha minhas crônicas desde o início de 2010 pôde observar o quanto elas oscilaram de humor ao sabor de cada ocorrência na vida atribulada do nosso Verdão. Sobrevinha uma vitória e o sorriso era claramente vislumbrado nas palavras que se desenhavam neste espaço de exaltação. Nos momentos seguintes, porém, a tristeza passava a se acumular em cada letra do nosso alfabeto emocionalmente trabalhado... Derrotas e empates absurdamente acontecidos provocavam em nós amplas lágrimas deslizantes em frases abertas e correntes nos pontos finais e vírgulas circulantes...

E essa oscilação era tão frequente que parecia ser uma situação imutável. Toda e qualquer análise racional caía por terra no desenrolar dos jogos. Íamos da euforia ao destempero continuamente e seguidamente, até chegar a um ponto que só podíamos lançar conclusão de uma única constatação: se isso prosseguisse na forma e no conteúdo como tudo estava se delineando, nosso destino irremediável seria de novo a segunda divisão em 2011, em face deste 2010 tempestuoso e inverossímil para palestrino algum não encontrar defeito.

Escrevo, no entanto, sem medo de errar, que a conjuntura agora é outra. Derrota contra o Boca, vitória contra o Santos e nova derrota em três jogos, esta agora para o Avaí, não ratificam a situação oscilatória ocorrida até antes da Copa. Os ares são outros. Respira-se diferente, hoje, no Palmeiras. Só alguns enfezados jornalistas insistem em fazer pesar forte o que nem peso mais causa. E vão ter que engolir esse menosprezo que demonstraram no passado recente e que teimam em repercutir com um veneno de cobra mal-morrida.

O que ocorreu no final de 2009 -com o escarnecimento público feito por adversários e a rapinagem de parte da imprensa esportiva - ao perdermos um Brasileirão quase impossível de perder,  deixou o nosso time doente psicologicamente em função da síndrome de um fracasso não esperado que acabou despencando-se  para um problema patólogico contagioso. Depressão coletiva, complexo de inferioridade forçadamente impetrado pela visão exterior e algum descompromisso com a paixão pelo objeto defendido fundamentaram uma carga de negatividade que trouxeram o Palmeiras ao caos que enfrentamos atualmente.

Precisávamos de um bom remédio e doses certas de seu ministério. E isso não foi encontrado. Muitos na diretoria alviverde, inclusive o presidente Belluzzo, enfiaram a mão nessa  cumbuca mas não lograram obter sucesso na retirada de uma fórmula que curasse os nosso principais jogadores desse sentimento de se sentirem  inferiorizados que extra-campo nossos eternos e pretensos algozes insistiam em imputar-lhes como circunstância concreta. Muitas dessas tentativas, do presidente e da diretoria em si, resultaram na ingestão de pílulas erradas, as quais só complicaram o estado do enfermo.

E por que hoje confio que esteja diferente? É que finalmente a nossa diretoria compreendeu que o remédio certo é também um anticorpo poderoso e  que se chama "identificação com o objeto da paixão". Esse anticorpo expulsa de dentre as nossas entranhas o fabricado gene do fracasso e aponta para uma luz perene no fim desse túnel que acredito estejamos em reta final de travessia. Esse anticorpo é a atitude de ministrarmos um remédio cujo principio ativo está inserido na qualidade e quantidade desse amor intransferível e insofismável que demonstramos pelo nosso Palestra.

A presença de Marcos, as contratações de Kleber e Felipão e a iminente vinda de Valdívia me dão a certeza de que esta é a dose certa do remédio  para tirar de vez o Palmeiras do leito em que se encontra, e que as necessidades mais para uma perfeita convalescença são apenas questões pontuais que a própria rotina dos sãos acaba por propiciar a seus corpos para que estes se fortaleçam.

E lembremo-nos: um time que durante longo período foi o melhor de 2009 não pode ser um dos piores em 2010. Estievemos apenas doentes e agora já em franca recuperação. E que erram feio as pitonisas da imprensinha ao vaticinarem jornadas intransponíveis mesmo após a ingestão desses remédios que nós próprios contruímos com nossa força e nosso amor pelo Palmeiras.

 E que caiam o queixo quando o trabalho - que agora começa - passar a dar os frutos naturais da empreitada bem  planejada, levando para bem distante a síndrome de um fracasso que já foi e que jamais deveria ter vindo.
 
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