Um blog para exaltar o meu Verdão. E não só exaltar, mas também aliar poesia e bola, bola e poesia. E só. Não só. Cornetar também, quando necessário.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

A arranjada queda de Belluzzo...

Belluzzo caiu. Caiu sim. Embora não tenha caído do alto de sua (des)onipotência enquanto presidente do time mais amado como alguém jamais amou, caiu no conceito de quem depositava nele a esperança de que ele fosse no mínimo...diferente. E principalmente diferente nos métodos de fazer política.

E não torça o nariz aquele que diz que não gosta de política porque esta se faz de qualquer maneira, gostando ou não. Ou se faz política com ação ou com omissão. Quando ela é  feita com ação, o livre-arbítrio comanda e o resultado se responsabiliza por si só. Quando realizada com omissão, o resultado quase sempre é ditado por mãos alheias...

Belluzzo foi omisso porque deixou que mãos que não as suas dirigissem o clube. Usou emoção mais que razão e prejudicou o equilibrio necessário ao bom comandante. Pensou com cabeça alheia e acabou, mesmo que inadvertidamente, caindo no lugar-comum do mesmismo da omissão política.

Porém, como é um homem reconhecidamente inteligente, percebeu a armadilha em que se enredera e deu o golpe de mestre. E golpe é sempre golpe. Golpe é o mesmismo da ação política. Quando isso ocorre, inocentes pagam por essa ação nefasta. Inocentes sucumbem quando a política de interesses conflitantes articula elementos de coesão, distribuindo anéis para manutenção dos dedos.

O resultado disso tudo foi a demissão de Muricy, por um lado, e o descarte de Toninho Cecílio, por outro. Com isso, embora dolorido pela ação de perder Muricy, Belluzzo se armava com a tal conciliação e  se fechava num grupo político capaz de levá-lo a reeleição como presidente do clube no próximo embate eleitoral.

E o time? E a torcida? Time e torcida? Detalhes...Relevantes são os negócios.

Com Muricy, uma Traficc enfraquecida. Sem Muricy, união eleitoral em torno de Belluzzo e garantia da continuidade daquela parceria que faz o Palmeiras produzir jogadores não para ganhar campeonatos, mas para encher os cofres da empresa aliada. Aliada ou cúmplice, sei lá...

Não se trata aqui de defender Muricy, uma vez que uma análise mais apurada de retrospecto dos jogos não é lá muito positiva para o treinador,  e sim erguer uma trincheira a favor de  posições que a seriedade dele no comando do time deixava patente serem transparentes na condução do processo, tais como revelações de jogadores,  relacionamento com a imprensa e com os próprios jogadores.

Em suma, Muricy ganhou grande parte da torcidade justamente por causa dessa transparência. E sua demissão, da forma como foi  engendrada, passo a passo, planejada  com detalhes que por sórdidos devem ser poupados aos nossos olhos virgens de tais maracutaias, mostra que os novos rumos do Palmeiras na verdade revelam-se mantenedores das velhas teses, da mesmice política que um dia achamos Belluzzo poderia enfim descartar.

Grande engano. Muricy foi demitido, mas quem caiu foi Belluzzo. Uma queda arranjada em que o conceito da torcida ou os resultados do time nos jogos pouco importaram. Ou se importam agora, importantes são na medida em que conciliam interesses meramente particulares.

E fazer parte disso faz um homem cair como jamais pensamos  Belluzzo pudesse cair.


 
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