As chuvas começaram em setembro de 2009, juntamente com as lágrimas palestrinas. Coincidências à parte, o fato é que de lá para cá, enquanto as ruas de São Paulo e de muitas outras localidades no Brasil eram inundadas pelas águas de São Pedro, as lágrimas verdes começaram a fluir oscilantemente em meio a algumas raríssimas sessões de sorriso do Sol.
E agora estamos em março de 2010. E março marca o fim do Verão. E com elas secam as torneiras do céu por um bom período. E vem a esperança de que nossas lágrimas possam também traçar destino diferente daquele que tem projetado até aqui.
Alguns até poderão dizer que muita água ainda vai rolar por baixo dessa ponte, mas o realmente concreto é que não conseguimos nem passar pela Ponte. E não passando pela Ponte, muito dificilmente conseguiremos estar entre os quatro finalistas do Paulistão. E não estar entre esses é uma vergonha pra palestrino algum botar defeito.
Mais um vez eu estive no Palestra, mas o jogo era tão importante que senti meus pés gelarem logo nos primeiros instantes do jogo. Toques laterais, bola ali, bola cá, e nada de bola pra frente. E quando chegava lá não havia nem um poste para o ricochete. Como vencer se não se chuta a gol?
E a Ponte em mínimos minutos vence por 2 a 0 um jogo inteiramente dominado por nós. E não é pra chorar? E chorando, não é pra gritar? E gritando, não é pra xingar? E xingando, não é pra mudar? E mudando, não é pra tentar? E tentando, é preciso ousar. E só ousando se pode ganhar...
Não se trata de colocar a culpa no treinador, que deveria ter mexido no time logo para a entrada do segundo tempo, uma vez que o nosso domínio de jogo estava caracterizado como estéril e enganador. Mas sim argumentar que aquele time que estava em campo não poderia nunca, em nenhuma circunstância, perder para a Ponte Preta esse jogo.
Anos-luz separam a arte de alguns de nossos jogadores em comparação com os melhores da Ponte. Eu sei que nem sempre vence o melhor, mas vence sempre quem joga melhor. E o Palmeiras jogou melhor e não venceu. E não venceu porque estamos contando com peças que se escondem, que não se apresentam para o arremate final, que estão com medo de mostrar sua arte.
E sendo assim, com as lágrimas de março fechando o Verão, é necessário que esses jogadores ou saiam definitivamente do time, ou no mínimo tirem umas férias, refresquem suas cabeças e esquentem banco por um bom tempo. E não preciso listar aqui os nomes desses jogadores, pois todo palestrino que se preza sabe muito bem de quem eu estou falando.
E é necessário que essa medida seja tomada urgentemente pela comissão técnica e administrativa do Palmeiras, sob pena de os jogadores que estão chegando sejam eles também contaminados por essa apatia, essa inércia e essa urucubaca que se instalou aí pelos lados do Palestra.
E podem escrever como o faço agora, com meu choro de março fechando esse verão chuvoso e uma lágrima verde ditando a palavra, a palavra ditando a linha, e a linha ditando a oração, que se nada for feito com esse teor, amargaremos um ano perdido com mais um grito reprimido de Palmeiras campeão.
3 Comentários:
Não se desespere, amigo. Se tiver que escorrer lágrimas, pelo menos não serão de sangue. Agora, de fato não dá pra chorar lágrimas verdes...
Pois é, meu caro amigo Roberto, lágrima verde é uma metáfora para simbolizar o tamanho da dor esportiva que um time de futebol deixa na gente quando não ganha por pura apatia.
Mas vai passar. No esporte é assim. Hoje se perde, amanhã se ganha e a vida vai. Entre tantas outras prioridades o bom mesmo é brincar com as palavras. Obrigado pela visita e comentário.
Agora é pensar no Segundo Semestre , Nelson .
O Velho ditado já dizia : Não adianta chorar o leite drramado .
Vamos em busca do Penta !
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