Um blog para exaltar o meu Verdão. E não só exaltar, mas também aliar poesia e bola, bola e poesia. E só. Não só. Cornetar também, quando necessário.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Quando a dor tem cor...

Há dor que dói na pele. Há dor que dói nos olhos. Há dor que dói na alma. Mas a dor que tem cor, essa dói tanto na pele, quanto nos olhos, quanto na alma. É a dor que dói diretamente no coração de quem torce para o Palmeiras...
Perder, ganhar, ou ficar no zero a zero são circunstâncias normais que afloram no cotidiano de quem pratica, participa ou vivencia o esporte. Mas no Palmeiras parece que essas circunstâncias se repetem de maneira diferente.
Claro que todo torcedor sofre. Claro que cada torcedor tem a sua maneira singular de professar a própria dor, mas a dor de quem torce para o Palmeiras tem uma cor que não se apaga com um vitoriazinha aleatória ou com alguns empates em repetência deveras impertinente.
Quase todos os clubes oscilam. Equilibram-se em altos e baixos. Conseguem uma boa vitória aqui, sofrem um revés lá e assim vai. O Palmeiras de hoje, porém, não oscila quase nunca. Na gangorra, é sempre o lado mais pesado, beijando o chão...
Começamos 2010 com a convicção de tudo seria diferente. Lotamos o Palestra, metemos uma goleada no Mogi e o fim do túnel parecia iluminado. Mas eis que...
Eis que essa nossa dor de hoje tem origem. Tem a cor de 2009. Tem a cor de quase 20 rodadas na liderança de um campeonato dificil em que partida a partida o terreno da vitória se nos diminuia e os sorrisos de ironia de nossos adversários se acentuavam cada vez mais, trazendo uma humilhação sem precedentes na nossa história.
Sim, o pior tombo é o daquele que esteve por cima. Quanto mais alto se está e se cai, maior o ferimento da queda. E mais uma vez amparamos na garganta o grito de dor de uma coletividade em prantos ressequidos, em lágrimas verdes estagnadas em cada olhar incrédulo de um palestrino ávido por mostrar aos nossos críticos o grande amor que nos açoita o peito.
E agora, e hoje, a tão esperada partida convicente não vem nunca. Toda quarta é dia de anúncio de reforços e de jogos. Não vem reforços, e tampouco vitórias convincentes. E tampouco...vitórias.
Por essas e outras que nossa dor tem cor. É o verde de nosso amor nunca reprimido. É o verde de nossa esperança hoje quase que se esvaindo por entre nossos dedos. É uma dor que vem ao vermos nossos jogadores andando em campo, extenuados, perdidos, eu diria até...sem vontade.
Tomara realmente seja só cansaço. Tomara seja mesmo só carência de reforços. Tomara seja mesmo só mais uma fase da dor. Tomara não seja a continuação de uma dor contínua. Tomara não seja o "the end" exponencial de um filme que muitos vezes já assistimos.
Tomara...Tomara...
Porque tomados por essa anestesia burocrática do conformismo forçado só podemos enxergar a cor de nossa dor. E quando a dor tem cor ela dói mais que qualquer outra dor.

7 Comentários:

SUELY disse...

Pelo menos ESSA dor, não faço ideia de como é...

Nelson da Cunha disse...

Sueli, é uma dor que dói doída e só. Se existe dor melhor ou pior, essa é a melhor, pois atua num campo que nasce no campo de qualquer campo num planeta chamado bola.
Outras dores são muito mais complexas e algumas até irremediáveis. A dor do esporte pode terminar no próximo jogo..ou não!!!! O remédio é sempre um golzinho salvador. Nem que seja no último segundo do último minuto de jogo.

SUELY disse...

Vendo o que vc escreve, começo a entender essa terapia do futebol!

Andresa disse...

Sei muito bem que dor é essa. Estou sentindo ela desde o dia em que o Muricy Ramalho assumiu a posição de técnico do Palmeiras.

Nada vai mudar enquanto esse bambi não cair. Ninguém está enxergando isso e estão evitando colocar a culpa nele, vamos ver até quando.

Dia 21 vou ao Palestra pela primeira vez pra ver o Palmeiras perder para os bambis.

Anônimo disse...

É Nelson, o negócio não está fácil.
O que me consola é que ano passado começamos arrasadores e perdemos o paulista de forma bisonha.
Eu começo a achar que essa dor faz parte dos palmeirenses. A era Parmalat foi a última que o Palmeiras nadava de braçada, e ainda assim, muitos torcedores não amaciavam.
Alex, craque como poucos, era chamado de Alexotan. Felipão, que jogava feio mas ganhava, só começou a convencer alguns depois de vencer a Libertadores. Não prestava pq era gramista, e só por isso, não estava apto a dirigir nosso esquadrão.
Sempre vamos escolher alguém pra jogar a culpa. Muricy e Armero são a bola da vez. Ano passado, tudo culpa de Marcão.
Daniel Frassons, Juninhos, Cláudios, Galeanos. Sempre houveram culpados pelas derrotas e parece que continuará assim.
Na minha opinião, o mau desempenho do começo do ano tem um pouco de tudo: cansaço, falta de elenco, jogadores de quem dependemos não resolvendo os jogos, esquema tático conservador em alguns jogos, diretoria de futebol que toda semana diz que vai trazer alguém e ninguém chega.
Enfim, estamos quase na metade do paulista e não estamos jogando nada. Os adversários tbm não estão. Mas eles ganham seus jogos e nós não.
Abs

Nelson da Cunha disse...

Andresa, respeito sua opinião, acho que o Muricy peca em algumas intervenções táticas, mas o que realmente nos atrapalha é esse elenco reduzido e de qualidade quase que suspeita

Nelson da Cunha disse...

Assino embaixo de tudo que mencionou,porcopedia. Abraços, e obrigado pela visita.

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